Agronegócios
06/04/2021 20:01

Ministério da Infraestrutura/Marcello Vieira: Ferrogrão já nasce com o selo verde


Por Tânia Rabello

São Paulo, 06/04/2021 - O secretário Nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello da Costa Vieira, garantiu hoje que o projeto da Ferrogrão "já nasce com o selo verde". Vieira participou de webinar promovido pela FGV Transportes sobre a questão logística, com foco em ferrovias.

A Ferrogrão, principal projeto logístico do País e que vai correr paralela à rodovia BR-163, em direção aos portos do Arco Norte, teve suspenso seu licenciamento ambiental no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 15 de março, quando o magistrado Alexandre de Morais atendeu a pedido de liminar do PSOL. Moraes acatou o argumento de que o traçado previsto para a ferrovia cortaria área de uma floresta protegida, o Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e que também passaria por cima de terras indígenas.

Vieira, do Ministério da Infraestrutura, apontou na live, porém, a contradição que persiste em questionar os benefícios ambientais proporcionados por uma ferrovia. "A ferrovia substitui um modal (o rodoviário). Vamos lembrar que hoje passam por dia cerca de 2 mil caminhões na BR-163 - veículos graneleiros e de alta capacidade -, uma rodovia que não tem capacidade estrutural para isso", ressaltou. "Mesmo assim, ao terminarmos de asfaltar os 54 km que restavam dessa rodovia, o ganho de produtividade foi enorme; houve redução de 11% a 12% no custo do frete." Ele lembrou ainda que, se a Ferrogrão for concretizada, haverá vários agentes competindo pela mesma carga. "Vai carregar a maior parte quem oferecer um serviço seguro e barato, inclusive contando com atendimento de serviço portuário."

Ainda sobre o selo verde, Vieira informou que o Ministério da Infraestrutura tem buscado parceiros e colaboração com órgãos internacionais para obter certificações internacionais que chancelem que o projeto está creditado para receber investimentos "verdes". Além disso, citou que a região por onde os trilhos vão passar "já está antropizada" e sob impacto da BR-163. "Sendo que vamos tirar 95% da carga que hoje vai pela rodovia para a ferrovia nos próximos dez anos", prosseguiu. "No modelo de investimento para a Ferrogrão, tentamos mitigar todos os riscos de um empreendimento na Amazônia", disse. "Temos um capex de R$ 12,7 bilhões, sendo que a ferrovia só vai se tornar efetivamente operacional a partir da metade de sua construção; é uma ferrovia muito origem e destino, que não terá áreas para cargas intermediárias."

Enfim, Vieira confirmou que a Ferrogrão "é um projeto maduro e desafiador, mas que nasce com a pegada verde; é uma ferrovia pensada sob o ponto de vista socioambiental", garantiu.

Contato: tania.rabello@estadao.com
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