Agronegócios
23/07/2021 15:14

Caminhoneiros: Abrava diz que não vai participar da paralisação prevista para domingo


Por Isadora Duarte

São Paulo, 23/07/2021 - A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) informou que não vai participar da paralisação nacional dos caminhoneiros prevista para ocorrer a partir da meia-noite de domingo, 25. "Existe descontentamento grande dentro de todo o segmento, mas entendemos que não há adesão de 100% da categoria neste momento", disse ao Broadcast Agro o presidente da associação, Wallace Landim, conhecido como Chorão. "Nossa preocupação é participar do movimento nesse exato momento e não ter adesão de outras classes, para além dos autônomos", afirmou.

O movimento de domingo é organizado por algumas entidades da categoria, como o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). A decisão da Abrava de não aderir à greve, segundo Chorão, foi tomada após várias reuniões com associados ao longo da quinta-feira (22). "Entendemos que a paralisação precisa ser organizada com muita antecedência e com adesão maciça por deliberação da categoria", afirmou. Ele avalia, contudo, que os atos são pertinentes e importantes diante do elevado preço do diesel e do não cumprimento de promessas para a categoria feitas pelo governo federal. "Nós, autônomos, estamos na UTI. A nossa situação é pior que a anterior à greve de 2018. Há grande expectativa com promessas anunciadas pelo governo e que não saíram do papel até agora.".

A possibilidade de organizar outros atos no curto e médio prazos não é descartada por Chorão. "Não concordo que a bandeira do combustível seja levantada somente pelos caminhoneiros autônomos como foi em 2018. Precisamos engajar transportadores celetistas e outros segmentos nesta pauta para fortalecer movimento", disse o presidente da Abrava. Segundo Chorão, a Abrava vem procurando entidades e representantes de classes de outras categorias como os trabalhadores da construção civil, da metalurgia, comércio e indústria para tratar de pautas e possíveis respostas para questões semelhantes.

"O objetivo é unir todos os setores de trabalhadores que estão sendo prejudicados para ter uma pauta forte e trabalhar na possibilidade de um movimento muito maior do que esperávamos", apontou Chorão. A agenda em comum entre estes setores passa pela questão das altas recentes dos preços dos combustíveis e atinge questões mais amplas como a previdência social, contou Chorão. Algumas conversas com estes setores foram feitas ontem e novas reuniões estão previstas para a próxima quinta-feira.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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