Agronegócios
16/11/2023 11:22

Café: IAC lança hoje porta-enxerto multirresistente a nematoides


São Paulo, 16/11/2023 - O Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, lança, hoje (16), um novo porta-enxerto de café multirresistente a nematóides, por meio de tecnologia inédita. O porta-enxerto IAC Herculândia é resultado da recombinação de cinco cultivares clonais de Coffea canephora denominadas IAC WG, IAC FEBS, IAC PM, IAC LCCBF e IAC AR, informa o IAC, por meio de comunicado.

O porta-enxerto IAC Herculândia apresenta resistência simultânea aos nematoides Meloidogyne exigua, M. incognita e M. paranaensis. O lançamento será às 14h, na sede do IAC, em Campinas, quando serão homenageadas pessoas relevantes que contribuíram para o desenvolvimento da cafeicultura no Brasil.

"A tecnologia adotada envolve a recombinação desses cinco clones que, plantados juntos, se cruzam gerando sementes do porta-enxerto da cultivar porta-enxerto. É a primeira vez que esse método de seleção é utilizado no Brasil, em cafeicultura", afirma Oliveiro Guerreiro Filho, pesquisador do IAC, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

Oliveiro Guerreiro Filho revelou como foram as três décadas e meia de estudos para chegar a esse produto inédito no Brasil e no mundo. As equipes fizeram seleção em plantas multirresistentes com o objetivo de agregar características agronômicas como produção, vigor e tamanho de frutos, além da resistência. "Polinizamos mais de 100 mil flores para avaliar a compatibilidade entre clones". "Avaliamos mais de 3,5 mil plantas para chegar a estes 5 clones genitores do porta-enxerto IAC Herculândia, uma cultivar de Coffea canephora", resumiu.

De acordo com Guerreiro, como o porta-enxerto IAC Herculândia é multirresistente às três espécies de nematoides, qualquer cultivar suscetível de café arábica pode ser utilizada como copa no cultivo em solos infestados por esses parasitas.

O objetivo da pesquisa, iniciada há cerca de 35 anos, foi reunir em um único porta-enxerto uma alta frequência de plantas simultaneamente resistentes às três espécies de nematoides. Isso porque esses três tipos podem ocorrer com frequência, de forma simultânea. Então, a cafeicultura carece de um material que resista a essa condição. Em média, a presença de nematoides nas lavouras cafeeiras causa perdas de 20% no Brasil.

"Nós usamos cinco clones porque consideramos que seria a estratégia mais adequada por aumentar as chances de o florescimento das plantas ocorrer simultaneamente, condição indispensável para a formação de sementes", explicou Guerreiro Filho. Segundo o cientista, usar porta-enxerto resistente é a forma mais adequada para o controle de nematoides. Quem não adota esta tecnologia, mais cedo ou mais tarde terá que recorrer a produtos químicos ou biológicos, que em geral apresentam eficiência limitada no controle de nematoides.
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