Agronegócios
01/06/2021 13:57

PIB Agro/Abag/Daher: nos próximos trimestres, clima e câmbio devem pesar sobre produção agropecuária


Por Isadora Duarte

São Paulo, 01/06/2021 - O clima e o câmbio devem ser determinantes para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário nos próximos trimestres, avalia o diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Eduardo Daher. "Agora, a maior preocupação é com o que nos espera à frente, especialmente no segundo semestre, principalmente em relação ao câmbio e ao clima, variáveis que o produtor não controla", disse Daher, ao Broadcast Agro.

Segundo o executivo, a temporada 2020/21 foi plantada com dólar próximo a R$ 5,80 e agora a moeda está próximo a R$ 5,15. "O dólar está nos níveis mais baixos desde dezembro do ano passado, o que significa dizer que não será tão favorável ao setor como já foi. Além disso, devemos ter um enorme problema hídrico, que já afetou pastagem e produção de cana-de-açúcar", apontou Daher. Ele lembrou que a seca pode trazer perdas em produtividade de alguns cultivos, mas também pode gerar quebras expressivas na colheita de outros. "Devemos ter uma quebra em algumas culturas e devemos ter redução na produção agrícola total. Se essa seca se prolongar, vamos atrasar safra de verão, com isso devemos ter menor produção, encarecimento do processo e agravamento da inflação", avaliou.

Na avaliação de Daher, esses reflexos das condições climáticas já devem ter impacto sobre o PIB agropecuário do segundo trimestre, em virtude da menor produção esperada de milho de segunda safra. "Não devemos ter crescimento na comparação anual, porque é o período também de finalização da safra 2020/21", projetou o executivo da Abag. Daher afirmou também que vê o protelação da safra de verão com deslocamento da produção para trimestres mais à frente, em virtude do atraso no plantio e colheita dos grãos de verão.

Quanto ao desempenho do setor no primeiro trimestre, que cresceu 5,7% ante o quarto trimestre do ano passado, Daher considera que o resultado foi "espetacular". "O crescimento de 1,2% do PIB brasileiro foi fortemente ancorado na agropecuária, mostrando a importância do setor. Esse resultado é uma fotografia de um momento extremamente favorável para o setor", avaliou.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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