Agronegócios
24/08/2021 08:37

Algodão/Imea: custo de produção sobe 1,61% em julho em Mato Grosso, puxado por alta de insumos


Por Isadora Duarte, Clarice Couto e Tânia Rabello

São Paulo, 23/08/2021 - O custo de produção de algodão em Mato Grosso na safra 2021/22 subiu em julho, informou o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em boletim semanal sobre a cultura. Segundo o relatório, o custo operacional efetivo (COE) aumentou 1,61% em relação a junho, estimado em R$ 13.594,92/hectare até o mês passado. A safra 21/22 é semeada no fim do ano.

Em relação à safra 2020/21, que está sendo colhida, estima-se que haverá aumento de 39% no custo operacional efetivo. O COE inclui despesas com aquisição de insumos agrícolas (sementes, fertilizantes, defensivos), operações mecanizadas, mão-de-obra, impostos e taxas, combustíveis, custo de pós-produção (beneficiamento, classificação, armazenagem, transporte) e despesas financeiras (financiamentos, seguros).

Os principais itens que sustentaram a alta do custo de produção foram os fertilizantes e corretivos (+ R$ 96,90/hectare) e defensivos (+ R$ 33,42/hectare), afirmou o instituto. O aumento mês a mês destes insumos deve-se à forte demanda neste período de intensificação das compras para a próxima safra, segundo o Imea.

Assim, para que o produtor consiga cobrir pelo menos o seu COE, é preciso que negocie a sua pluma a uma média de R$ 118,53/arroba, considerando produtividade média de 114,68 arrobas por hectare reportada na temporada 2020/21. "Apesar da ampliação, o preço da pluma na bolsa de Nova York, associado ao dólar, tende a sustentar os preços futuros da pluma acima do ponto de equilíbrio (preço necessário para cobrir o custo operacional) da safra), disse o Imea.

Soja - O custo de produção da soja geneticamente modificada (GMO) ou transgênica em Mato Grosso subiu 0,58% entre junho e julho, chegando a R$ 2.868,39 por hectare, segundo boletim do Imea. "O ajuste foi impulsionado pela valorização do câmbio no último mês, o que acabou encarecendo alguns insumos importados e cotados a dólar, como os inseticidas (+1,34%), macronutrientes (0,80%) e herbicidas (0,20%)", explicou o Imea.

Já o custo de produção da soja convencional aumentou 1,45% de junho para julho, para R$ 3.044,15 por hectare, conforme o Instituto.

Com a proximidade do mês de setembro e do início do plantio da soja no Estado, o Imea informou que o Estado deve receber no período volumes de chuvas acima da média dos últimos anos, conforme o modelo climático Ensemble Mean, da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). "Isso pode favorecer uma semeadura mais adiantada em comparação à safra 2020/21", pontuou o Imea.

Quanto a outubro, "período crucial para o desenvolvimento do grão", o órgão norte-americano sinaliza volumes favoráveis para as lavouras de Mato Grosso, segundo o Imea, o que deve ajudar a aliviar o déficit hídrico no solo, "fundamental para garantir a germinação das sementes".

"Embora sejam esperados bons volumes de chuvas, é importante que ocorra uma uniformidade na distribuição inicial das precipitações, cenário oposto ao observado no início da temporada anterior", ponderou o instituto.

Milho - A relação de troca entre o milho e insumos para o plantio apresentou piora na safra 2021/22 em Mato Grosso, informou o Imea, no boletim semanal. Ou seja, o produtor precisará de mais sacas de milho para adquirir adubos e corretivos de solo necessários para o plantio.

Segundo o Imea, o custo de produção para o milho de alta tecnologia da safra 2021/22 apresentou a sétima alta consecutiva em julho de 2021. "Os principais fatores para este cenário estão ligados à valorização do dólar e à demanda aquecida pelos insumos", cita o boletim, o que fez com que o custo de produção aumentasse 1,15% no mês passado, relativo às despesas com fertilizantes e corretivos de solo. O Imea destaca a alta nos macronutrientes, de 1,7% em julho ante junho.

Assim, conclui o Imea, o produtor de Mato Grosso precisou de mais sacas de milho para adquirir 1 tonelada de fertilizante em julho - lembrando que, além da subida de preços desses insumos, o preço médio da saca de milho comercializado em julho, para entrega na colheita da safrinha do ano que vem, ficou relativamente estável no Estado.
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