Agronegócios
26/11/2018 11:20

Café: 26º Encafé começa no Uruguai com anúncio de três termos de cooperação pela Abic


Punta del Este, Uruguai, 26/11/2018 - A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) deu início ao 26º Encontro Nacional das Indústrias de Café (26º Encafé), na noite de ontem (25) com a assinatura de três acordos de cooperação envolvendo a indústria brasileira do café. O Encafé ocorre até quinta-feira (29) em Punta del Este, no Uruguai.

Um dos acordos foi estabelecido com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, região que é uma das principais produtoras de café de alta qualidade do Brasil. O objetivo da parceria é aproximar as indústrias torrefadoras que integram a Abic dos produtores rurais locais e ampliar os negócios realizados diretamente entre as duas partes. "Hoje as indústrias compram o café principalmente de intermediários, que separam os grãos que vão para os mercados interno e externo. Queremos comprar direto dos produtores e aumentar o volume de café gourmet adquirido desta forma", explicou ao Broadcast Agro o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz.

O presidente da Federação, Francisco Sérgio de Assis, lembrou que o Cerrado Mineiro é formado por 55 municípios que cultivam café em 210 mil hectares, dos quais 102 mil certificados. "Por meio de projetos inteligentes, vamos dar ao produtor não apenas sustentabilidade ambiental e social, mas também econômica. É preciso aumentar a agregação de valor ao café e estimular o consumo", defendeu Assis na abertura do 26º Encafé.

Outro acordo de cooperação foi firmado na noite de ontem pela Abic com a Câmara Peruana de Café e Cacau. A proposta, neste caso, é ampliar a troca de informações entre as duas entidades e estimular a importação de grãos peruanos de alta qualidade como alternativa ao brasileiro em anos de produção menor no Brasil, assim como para a produção de blends de café gourmet. Do lado peruano, também há interesse em ampliar as compras de café brasileiro. "O café brasileiro, conilon e arábica, têm preços competitivos que podem estimular o aumento do consumo de cafés gourmets no Peru", disse Herszkowicz.

Na cerimônia, o presidente da Abic, Ricardo Silveira, ponderou que o balneário de Punta del Este foi escolhido como sede do evento deste ano justamente porque o consumo de café na América Latina ainda é baixo, menos de 1 quilo/habitante/ano, enquanto no Brasil são 5 quilos/habitante/ano. "Não se bebe café na América do Sul. As empresas que estão olhando para a China precisam olhar para a região, há uma pequena China aqui", afirmou.

O terceiro termo de cooperação foi firmado pela Abic com a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), pelo qual a Abic se afiliou à Abics e vice-versa, visando a aumentar a integração das duas entidades e fomentar o consumo interno de café solúvel. O presidente da Abics, Pedro Guimarães Fernandes, lembra que a demanda interna pelo produto gira em torno de 1 milhão de sacas por ano, o equivalente a 5% de todo o café consumido no País. "É uma iniciativa que pode gerar trabalho e negócios por muito tempo", afirmou.

(Clarice Couto* - clarice.couto@estadao.com)

*A jornalista viaja a convite da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)
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