Por Julliana Martins
São Paulo, 30/09/2021 - Os problemas logísticos que têm afetado a cadeia produtiva brasileira de alimentos não é um problema local, mas de todo o mundo, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Segundo ele, o setor de proteína animal está atento à evolução desses gargalos porque mais de 80% do comércio de carnes de aves, suína e de ovos ocorre por navios. "A situação é crítica com a menor disponibilidade de navios e contêineres, a falta de espaço nesses navios e também os cancelamentos de bookings após os atrasos referentes à covid-19", comentou ele, ontem (29), durante coletiva de imprensa virtual.
Reino Unido - Santin informou, ainda, que o setor de carne de frango aguarda um acordo que está prestes a ser fechado entre o Itamaraty e o governo de Boris Johnson no Reino Unido para ampliação das cotas de exportação do produto brasileiro. "Precisamos que o governo avance no acordo porque temos plantas habilitadas e produção suficiente para auxiliar o Reino Unido neste momento de dificuldade de fornecimento por causa do Brexit", disse.
Dados da ABPA apontam que as vendas do Brasil para o Reino Unido aumentaram 35% de janeiro a agosto deste ano na comparação com o ano passado. A expectativa é de elevar ainda mais esse volume, caso o acordo seja firmado.
Em relação à China, ele disse que o país asiático reduziu as compras de carne de frango de janeiro a agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado em cerca de 6%, mas continua na liderança como o maior comprador do produto brasileiro. No total exportado nos primeiros oito meses do ano, os embarques subiram 7,6% em volume, para 3,048 milhões de toneladas, e 18,2% em receita, para US$ 4,893 milhões.
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