Por Isadora Duarte
São Paulo, 03/08/2020 - O agronegócio brasileiro não liderou o protagonismo das demandas de sustentabilidade no último ano e, com isso, abriu brechas para questionamentos e entrada de outras agendas no debate, disse o presidente do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Brito, na abertura do Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela entidade de forma online nesta segunda-feira. “No congresso da Abag do ano passado, concluímos o quando o setor precisava estar à frente das demandas de sustentabilidade. Desde lá, pouco avançamos nisso”, disse Brito. “Agora, outros conglomerados empresariais se reuniram ao agronegócio para enfrentar o desmatamento ilegal.”
Em seu discurso de abertura, o presidente da Abag criticou a “baixa implementação” do Código Florestal Brasileiro e cobrou ações efetivas do Estado. “O Estado nacional tem todas ferramentas para combater a ilegalidade (do desmatamento). Precisamos implementar já o ótimo Código Florestal que temos. Precisamos reforçar já o Conselho da Amazônia”, alertou Brito.
Brito comentou que o momento é de holofotes do mundo voltados ao Brasil e que é preciso, além de praticar a sustentabilidade, mostrar as práticas sustentáveis. “O desmatamento ilegal, as mudanças climáticas e perda de sustentabilidade são péssimos para o agronegócio”, disse ele.
O presidente da Abag pediu maior agilidade na implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR). “Menos de 5% do CAR é implementado, o que gera desânimo aos agricultores”, disse Brito. E destacou que, daqui para frente, o agronegócio ajudará o Brasil a enfrentar o "momento difícil" de questionamentos quanto à sustentabilidade. “A grande maioria dos agricultores brasileiros produz de forma legal e sustentável”, reiterou.
O congresso está sendo realizado de forma virtual na manhã desta segunda-feira e será dividido em três painéis: O Agro Brasileiro e a Crise Global; Mercado Financeiro, Seguro e Crédito Rural; e O Agro e A Nova Dinâmica Econômica, Social e Ambiental.
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