Agronegócios
07/10/2021 07:58

Toyota/Rafael Chang: descarbonização virá não de uma, mas de uma pluralidade de soluções tecnológicas


Por Augusto Decker

São Paulo, 07/10/2021 - A descarbonização da indústria automobilística não virá apenas com uma novidade tecnológica - como carros elétricos -, mas sim de uma combinação com várias soluções, que deve incluir também, por exemplo, o etanol. A análise é do presidente da Toyota do Brasil, Rafael Chang, que realizou palestra, ontem (6), no evento "Híbrido etanol: o motor do futuro", realizado pela prefeitura de Araraquara (SP). "As soluções tecnológicas precisam ser práticas e levar em consideração infraestrutura e matriz energética de cada país", afirmou ele.

O executivo também destacou que não é necessário apenas considerar a tecnologia do veículo, mas também as emissões advindas do sistema produtivo, geração de energia, comercialização e forma de descarte de cada uma. "Dentro disso, achamos que uma das melhores opções, uma das soluções mais ricas, é o híbrido flex", afirmou ele, referindo-se aos veículos com motor elétrico e a combustão (este podendo ser abastecido tanto com etanol como com gasolina).

Chang afirma que o Brasil terá papel chave na descarbonização global já que o País tem "vantagem competitiva pela abundância de recursos limpos". Entretanto, ele ressaltou que para que a indústria automobilística - em que investimentos precisam ser feitos com bastante antecedência - implemente as soluções tecnológicas, é preciso haver previsibilidade. "Ela vem do conjunto de políticas públicas integradas, com o propósito de descarbonizar e zerar emissões", disse. "Para isso precisamos de todos os atores."

O presidente da Volkswagen Região SAM (América do Sul, América Central e Caribe), Pablo Di Si, que palestrou no mesmo evento, também destacou a necessidade de políticas públicas e colaboração. "Precisamos de políticas que alinhem desde a usina até a montadora, para criar tecnologias que possam levar o etanol para o mundo." Ele elogiou os programas Combustível do Futuro e RenovaBio, em vigor atualmente no Brasil.

Di Si lembrou que essa questão não é importante apenas na área ambiental, mas também na econômica e na social, já que as indústrias automobilística e sucroenergética, juntas, são responsáveis por 5% do PIB do Brasil e geram 19 milhões de empregos diretos e indiretos.

Contato: augusto.decker@estadao.com
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