Agronegócios
15/01/2020 11:37

Café/Cecafé: exportação em 2019 é recorde de 40,61 milhões de sacas (+13,9% ante 2018)


Por Augusto Decker

São Paulo, 15/01/2020 - O Brasil bateu o recorde histórico de exportações de café, com volume total - de café verde, solúvel e torrado & moído - de 40,61 milhões de sacas de 60 quilos em 2019, informou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O recorde anterior era de 2015.

"É importante observarmos também que, entre os maiores consumidores de café brasileiro, quase todos apresentaram um aumento substancial nas importações", disse o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, em comunicado.

A receita cambial, entretanto, recuou 1,1% no período, para US$ 5,1 bilhões. O motivo é a queda no preço médio da saca, que recuou 13,2% em um ano, para US$ 125,49. "Até outubro, as cotações em Nova York (a ICE Futures US) caíram muito. Houve recuperação em novembro e dezembro, o que não trouxe reflexo no ano. Acredito que em 2020, teremos média de venda dos cafés ao exterior em dólar com cotações melhores", disse Carvalhaes em entrevista coletiva.

No acumulado do ano, o País exportou 36,6 milhões de sacas de café verde - 32,6 milhões de sacas de café arábica e 3,9 milhões de sacas de robusta -, 14,8% a mais do que em 2018 e também recorde histórico. O robusta teve avanço anual de 59,5%, e o arábica, de 11%. Os cafés industrializados avançaram 7%, para 4 milhões de sacas - 3,98 milhões de café solúvel e 24,4 mil de torrado & moído. O volume embarcado de café solúvel também é o maior já registrado.

Os Estados Unidos foram o principal destino do café brasileiro em 2019, com 7,9 milhões de sacas - 19,4% do total embarcado pelo Brasil no ano. Em segundo, vem a Alemanha, com 6,8 milhões de sacas (16,7% do total); e, em terceiro, a Itália, com 3,6 milhões de sacas (8,8% de participação).

Os cafés diferenciados, de qualidade superior, tiveram aumento nas exportações de 21,2% no ano passado em comparação com 2018, chegando a 7,5 milhões de sacas. Esse tipo de café representou 18,6% do total embarcado no ano, e a receita, de US$ 1,2 bilhão, corresponde a 23,6% do total gerado em 2019.

O Porto de Santos foi a via de escoamento de 78% do café brasileiro exportado no ano passado, o equivalente a 31,7 milhões de sacas. Os portos do Rio de Janeiro ficaram na segunda colocação, com 12,7% de participação (5,1 milhões de sacas).

Dezembro

No mês de dezembro do ano passado, o País exportou 2,99 milhões de sacas de 60 quilos, recuo de 25,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A receita cambial caiu 30,5% na mesma comparação, para 384,22 milhões.

"Parece ser o início do reflexo de safra menor" em 2019, explicou Carvalhaes em entrevista coletiva, sobre o resultado do mês passado. "Pelos dados oficiais, vimos que houve redução e está começando a refletir. No primeiro semestre de 2020, as exportações também devem recuar".

O preço médio da saca no mês ficou em US$ 128,10, avanço de 2,70% na comparação com novembro do mesmo ano - refletindo o avanço da commodity na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) -, mas recuo de 7,16% ante dezembro de 2018.

Carvalhaes ressaltou que, embora os preços em NY tenham reagido em dezembro, a maior parte dos embarques no mês foi contratado com meses de antecedência. "Por isso, ainda não reflete a melhora das bolsas internacionais", disse.

Ano-Safra

No atual ano-safra - que começou em julho do ano passado - o País embarcou 20,19 milhões de sacas de 60 quilos, recuo de 3,9% na comparação com o mesmo período do ano-safra anterior - de julho a dezembro. A receita cambial caiu 11,8% na mesma comparação, para US$ 2,53 bilhões.

"A safra 2019/20 foi de ciclo baixo de café. Números são baixos em função disso", explicou Carvalhaes. A partir de julho deste ano, na chegada da nova safra, a expectativa é que as exportações aumentem.

Contato: augusto.decker@estadao.com
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