Por Vinicius Galera
São Paulo, 05/12/2023 - A Yara Brasil anunciou investimento de R$ 90 milhões em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para estabelecer um portfólio positivo para a natureza até 2025, disse hoje o presidente da companhia de fertilizantes, Marcelo Altieri, durante evento com jornalistas, em São Paulo. Segundo o executivo, os recursos já estão sendo aplicados na contratação das 50 pessoas previstas para a criação de novas soluções em agricultura sustentável e regenerativa. “Queremos devolver para a natureza o que temos extraído ao longo do tempo”, disse ele.
Nos últimos dez anos, a Yara investiu R$ 15 bilhões no Brasil, segundo o executivo. Ele afirmou que 2023 foi o primeiro ano em que o complexo industrial de Rio Grande (RS), inaugurado no fim do ano passado, passou a operar com 100% da capacidade, com produção de 1,1 milhão de toneladas de NPK e de 2,2 milhões de toneladas por ano de mistura e ensaque. Segundo a Yara, isso possibilita que a empresa envie insumos a diversos Estados brasileiros, como os três da Região Sul, parte do Centro-Oeste (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás), Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins) e Rondônia, além de exportações para Paraguai e Argentina.
Altieri também anunciou que, a partir do segundo trimestre de 2024, o complexo industrial de Cubatão (SP) passará a produzir amônia verde em escala comercial com biometano gerado em parceria com a Raízen. “O biometano vai representar 3% do consumo total de gás da Yara”, afirmou.
Além disso, a planta industrial de Sumaré (SP), que opera na capacidade total de 40 milhões de litros de fertilizantes líquidos, também está em plena produção. “Os fertilizantes foliares contribuem muito com a agricultura regenerativa, eles complementam a oferta de nutrientes disponíveis no solo”, disse. De acordo com Altieri, a Yara pretende ajudar o mercado a desenvolver incentivos para que o agricultor desenvolva boas práticas agrícolas que tenham durabilidade ao longo do tempo. “O custo é relativamente baixo se conseguirmos fazer um bom programa com compartilhamento de custos e benefícios”, afirmou. Mas o mercado regulatório precisa acompanhar esse processo, completou.
Em relação às perspectivas, Altieri disse que em 2024 o mercado de fertilizantes continuará crescendo, uma vez que os preços dos grãos voltaram aos níveis de 2019, antes da pandemia. “Não vejo nenhuma explicação para que o mercado não continue crescendo”, afirmou. “Esse é um mercado dinâmico e ativo com constante crescimento ao longo dos anos”, finalizou.
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