Por Tânia Rabello
São Paulo, 21/07/2020 - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se disse "feliz" com o estudo publicado na semana passada na revista científica Science sobre desmatamento em áreas agropecuárias do Brasil. "O estudo da Science me deixou feliz porque apontou que 90% dos produtores estão conformes com a legislação (ambiental)", comentou a ministra em webinar promovida nesta tarde pelo site Jota. Segundo Tereza Cristina, agora o que é preciso fazer é "corrigir rumos e fiscalizar".
No estudo, liderado pelo professor Raoni Rajão, coordenador do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais, da Universidade Federal de Minas Gerais, estima-se que cerca de 20% da soja e pelo menos 17% da carne produzidas nos dois biomas e exportadas para a União Europeia estão "potencialmente contaminadas" com o desmatamento ilegal. Cruzando dados de satélite sobre a perda de floresta, com informações de registro no Cadastro Ambiental Rural (CAR), os pesquisadores estimaram que, embora apenas 2% das propriedades localizadas na Amazônia e no Cerrado sejam responsáveis por 62% do desmatamento ilegal na região, uma parcela dessa devastação está ligada a commodities agrícolas de exportação.
No webinar, a ministra Tereza Cristina reforçou ser essencial o País divulgar o Código Florestal e também novas práticas de manejo sustentável. "Temos a nossa Embrapa, vários consultores (especializados em meio ambiente), além do Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que já existe há muitos anos", continuou, lembrando, ainda, dos recursos do Plano Safra 2020/21 alocados para o Plano ABC, de baixo carbono. "Colocamos um valor bem maior neste ano-safra para estimular as pessoas a fazerem agricultura e pecuária sustentáveis; temos também a carne carbono zero... Enfim, temos exemplos excepcionais", assinalou.
"Precisamos parar de falar só das coisas que saem de maneira errada no País; precisamos falar da maioria (que respeita o ambiente) e corrigir a minoria", concluiu.
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