Por Ana Ritti
São Paulo, 09/10/2023 - O Brasil deve se consolidar como líder mundial de exportações de farelo de soja em 2022/23 ao atingir 21,5 milhões de toneladas embarcadas, segundo estimativas da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR). O volume superaria a Argentina em 400 mil toneladas, com o país vizinho somando 21,1 milhões de toneladas na temporada, cerca de 21% a menos que o ciclo anterior. Desde 1997/1998, os argentinos lideraram os embarques do farelo, que é também o principal produto de exportação do país, mas foram superados em virtude das condições de seca que prejudicaram a produção.
Em agosto, a BCR já havia relatado que o Brasil voltava a ser o principal exportador de farelo de soja depois de 26 anos, considerando os volumes de janeiro a julho, que somavam 13,3 milhões de toneladas embarcadas ante 10,9 milhões de toneladas dos argentinos afetados pela seca. “Embora a produção local tenha totalizado 30,3 milhões de toneladas na campanha 2021/22, esse volume diminuiu 22%, para apenas 23,6 milhões de toneladas no ciclo atual, sendo o volume mais baixo produzido desde 2004/05”, explica a bolsa da Argentina, destacando uma projeção de recuperação na colheita da oleaginosa para a próxima campanha, com crescimento da produção em torno de 14%.
A Argentina é o quarto principal produtor mundial de farelo de soja, mas é um dos líderes nas exportações. Isso ocorre porque, ao contrário da China, dos Estados Unidos e do Brasil, que produzem mais, o consumo interno argentino é mais baixo em relação à produção total, o que permite ao país exportar mais do produto, segundo a BCR.
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