Agronegócios
17/11/2022 08:13

Café: consumidor já pode identificar melhor características de aroma e sabor do solúvel


São Paulo, 17/11/2022 - Ao contrário do que muita gente pensa, é, sim, possível identificar aromas e sabores nos cafés solúveis. Nesse sentido, a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics) acaba de tornar pública uma metodologia pioneira para avaliação da qualidade e diversas categorias de classificação do produto.

Conforme a Abics, com esta avaliação, em parceria com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), o consumidor vai poder identificar melhor as características sensoriais do solúvel e saber quais produtos que, além de seu consumo puro, são mais indicados para misturas com leite, cappuccinos, drinks e outras bebidas, além do uso na gastronomia. “O objetivo não é dizer que determinado produto apresenta uma melhor qualidade que outro, porque este conceito é muito subjetivo, mas, sim, a sua melhor aplicabilidade”, disse em nota Aguinaldo Lima, diretor de Relações Institucionais da Abics.

O lançamento do documento técnico (White Paper) sobre o Protocolo de Análise Sensorial de Café Solúvel foi realizado, oficialmente, ontem (16), na Semana Internacional do Café (SIC), que prossegue até amanhã, em Belo Horizonte (MG).

O café solúvel ainda é visto por muita gente como se fosse “tudo igual”, sem diversidade e complexidade. No entanto, não é bem assim, segundo a Abics. O solúvel pode ser até mais complexo e oferecer uma gama de qualidades, tão distintas quanto outros produtos. Assim como a mesma matéria-prima pode resultar em bebidas diferentes, dependendo das diferenças de temperatura e pressão usadas nos processos de fabricação, a elaboração do café solúvel aplica tecnologias específicas de recuperação de aroma e, ainda, utilização do próprio café micro moído para obter sabores e aromas personalizados e únicos.

O protocolo de análise sensorial permitirá que essas diferentes qualidades dos cafés solúveis sejam comunicadas pelas empresas aos seus consumidores. Isso proporcionará níveis mais altos de diferenciação e agregação de valor, à medida que as indústrias começarem a interagir com o sistema de avaliação e a desenvolver novos produtos em resposta ao sistema. Essa metodologia também poderá ser adotada pelas fábricas de solúvel em outros países, o que criaria condições para a adoção de um sistema global de avaliação e classificação da qualidade dos cafés solúveis.

“A adoção deste protocolo de avaliação pode ajudar na abertura de novos mercados e na melhoria da percepção da qualidade dos cafés solúveis, especialmente em mercados ‘mais avançados’ em termos de consumo de café, os chamados mercados ‘maduros’”, completa Lima.

As indústrias brasileiras de café solúvel decidiram, por consenso, que os três graus de qualidade, com base em características específicas, seriam denominados: cafés solúveis de excelência, cafés solúveis diferenciados e cafés solúveis convencionais:

Cafés solúveis de excelência: doçura e acidez marcantes, com complexidade aromática intensa, pouco amargor e adstringência, presenças de notas achocolatadas, frutadas e florais, com aroma e sabor suaves;

Cafés solúveis diferenciados: acidez equilibrada, com presenças de notas amadeiradas, amêndoas e especiarias, com leve sabor de extração excessiva, média potência no paladar, amargor e adstringência média; e

Cafés solúveis convencionais: baixa doçura e acidez, amargor e adstringência presentes, forte potência no paladar, bom corpo, com presença de sabor de extração mais excessiva, finalização longa e duradoura.
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