São Paulo, 15/06/2020 - A Bolsa de Cereais questionou, em nota, a intervenção do governo da Argentina no grupo agroindustrial Vicentin. O conglomerado estava em processo de recuperação judicial e, na segunda-feira passada (8), o governo de Alberto Fernández anunciou um decreto para apropriação imediata do grupo, alegando que a empresa é de interesse estratégico para o país. "Em relação a um possível projeto de desapropriação, a ser enviado ao Congresso Nacional, não há possibilidade de provar, de maneira conclusiva, indubitável e quantificável, a utilidade pública que deve ser invocada para aplicar tal procedimento", disse a Bolsa, que defende "um processo de negociação ordenada com os credores", preservando os ativos da empresa.
Na avaliação da Bolsa de Cereais, não parece "conveniente" ao governo assumir uma nova dívida avaliada em US$ 1,5 bilhão. "Não descartamos o papel do Estado como regulador, desde que isso garanta que não haja posições dominantes". A Bolsa lembra que o setor agroindustrial argentino tem capacidade instalada de produção de 67 milhões de toneladas mas ocupa hoje 50 milhões de toneladas.