Por Leticia Pakulski
São Paulo, 04/05/2022 - Embora o line up de navios indique um volume embarcado de soja em maio de 8,075 milhões de toneladas, 43% abaixo do exportado em igual período do ano passado, o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, diz que o total a ser exportado este mês pode ficar acima disso, na faixa de 10,5 milhões de toneladas. A avaliação é feita com base nas vendas das tradings associadas. "Vai haver uma queda, mas de cerca de 26%", disse Mendes. "Tem uma correção por vendas a ser feita."
A queda nos embarques esperados para maio reflete a safra menor no País em virtude de adversidades climáticas ao longo do ciclo. "A gente esperava colheita de 144 milhões de toneladas; vamos colher 125 milhões. Temos uma quebra no Brasil de 19 milhões de toneladas. É uma chacoalhada", disse.
Segundo o executivo, os ajustes na projeção de embarques semana a semana são comuns. "Às vezes acontece o contrário, tem um baita line up, mas o embarque acaba sendo mais baixo porque não tem soja." O volume de 8,075 milhões de toneladas também é 29% menor do que o enviado ao exterior em abril. Mendes lembrou que os embarques de soja no começo do ano foram altos em virtude da quebra da safrinha de milho, do bom estoque de passagem de soja e da colheita iniciada mais cedo do que no ano passado.
A Anec ajustou há um mês a previsão de exportação de 74 milhões para 75 milhões de toneladas, mas Mendes salientou que o volume ainda é 13% inferior aos 86,6 milhões de toneladas do ano passado. Se não houvesse a quebra, projetou o executivo, os embarques poderiam ter sido de 90 milhões de toneladas "para cima".
Conforme o representante, a tendência é de embarques menores de soja nos próximos meses, à medida que a safrinha de milho for sendo colhida e chegando aos portos entre junho e julho. A Anec prevê exportação de 38 milhões de toneladas de milho, contra 20,6 milhões no ano passado, calcada na expectativa de uma safra de inverno volumosa.
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