Agronegócios
08/10/2021 08:45

Trigo: CTNBio adia novamente decisão sobre liberação comercial de transgênico no Brasil


Por Isadora Duarte

São Paulo, 08/10/2021 - A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou, mais uma vez, a decisão sobre a liberação comercial de trigo transgênico no Brasil para consumo humano e animal. O assunto estava na pauta da sua 245ª reunião ordinária do colegiado, que ocorreu nesta quinta-feira (7), de forma sigilosa, mas ainda não foi "deliberado", segundo o presidente da entidade, Paulo Barroso. "A empresa requerente encaminhou os documentos solicitados à CTNBio e a Comissão está se debruçando sobre esses dados. No mais breve possível, pretendemos deliberar sobre o assunto", disse Barroso em live para informe sobre as deliberações da reunião.

Barroso disse também que a comissão reconhece que há diversos atores sociais e econômicos "bastante" atentos ao processo. "Esperamos, de fato, que essa avaliação seja muito precisa. Posso garantir que a CTNBio está avaliando com todo o cuidado necessário diante do que cabe à Comissão: avaliar aspectos relacionados à saúde humana, vegetal e ao meio ambiente", disse o presidente da CTNBIO na live.

Em 10 de junho, a Comissão solicitou informações adicionais ao requerente, a empresa de sementes Tropical Melhoramento & Genética (TMG), para prosseguir com as análises sobre eventual liberação. A comissão não detalha quais informações e dados solicitou à empresa. O processo confidencial que tramita na CTNBio avalia a permissão da comercialização do trigo geneticamente modificado para "aumento de produtividade em situações e ambientes de baixa disponibilidade hídrica e resistente ao (herbicida) glufosinato, para uso exclusivo em alimentos, rações ou produtos derivados ou processados".

O pedido para importação e comercialização de trigo transgênico no País foi protocolado pela TMG junto à CTNBio em processo em 28 de março de 2019. A TMG representa a argentina de biotecnologia Bioceres, detentora do cultivar, neste processo por meio de parceria, já que a empresa passou a atuar este ano no País. A variedade do cereal geneticamente modificado avaliada pela comissão é a HB4, aprovada para cultivo na Argentina em outubro do ano passado - país de onde os moinhos brasileiros adquirem cerca de 85% do cereal que importam. Estima-se que 55 mil hectares com o cultivar transgênico foram plantados na Argentina na safra 2021/22, que devem produzir cerca de 200 mil toneladas de trigo e serão comercializados a partir de dezembro.

A CTNBio, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é o órgão responsável no governo federal por questões relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados.

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Contato: isadora.duarte@estadao.com
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