Agronegócios
29/06/2020 11:41

Grãos/Commerzbank: previsão de ampla oferta dos EUA e incerteza sobre demanda chinesa pressionam cotações


Por Isadora Duarte

São Paulo, 29/06/2020 - O mercado futuro de grãos negociado na Bolsa de Chicago (CBOT, na sigla em inglês) continua pressionado pela perspectiva de ampla oferta norte-americana na safra 2020/21 e pela incerteza quanto à demanda chinesa após novas exigências para importação de grãos dos Estados Unidos, observa o banco Commerzbank. Na última sessão, o vencimento novembro da soja recuou 7,00 cents (0,81%), para US$ 8,6125 por bushel. O contrato setembro do milho perdeu 1,25 cent (0,39%), para US$ 3,1925 por bushel; enquanto igual vencimento do trigo cedeu 12,50 cents (2,56%) e fechou em US$ 4,7575 por bushel.

As incertezas quanto à demanda chinesa de grãos norte-americanos foram acentuadas na semana passada depois que a China exigiu que fornecedores internacionais garantem que suas mercadorias não fossem contaminadas pelo novo coronavírus, avalia a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl. "Isso levou à incerteza entre muitos exportadores", acrescenta Michaela, em comentário diário enviado a clientes.

Segundo a analista, exportadores norte-americanos estão buscando cumprir essa nova exigência, emitindo uma confirmação preparada pela Coalizão de Transporte Agrícola (AgTC), informando que seus produtos foram colhidos, processados e enviados de acordo com as normas de segurança e a devida diligência sanitária. "Ainda não há confirmação oficial dos chineses de que tal certificação será aceita. De acordo com os relatórios da agência, no entanto, até o momento não houve pelo menos atrasos no processamento das remessas", explica Michaela.

Já a perspectiva de ampla oferta de grãos na safra 2020/21 dos EUA deve ser confirmada amanhã no relatório trimestral de estoques e área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). "Espera-se que o suprimento de grãos também seja amplo a médio prazo. Mesmo uma área de milho um pouco menor do que a prevista pelo USDA até agora, ainda é provável que permita uma safra recorde", analisa Michaela. Para a analista, a previsão de chuvas abundantes no Meio-Oeste dos EUA nos próximos dias também deixa poucas dúvidas quanto à oferta robusta do cereal. "E rendimentos surpreendentemente altos continuam sendo anunciados para a safra de trigo dos EUA que está sendo colhida atualmente", complementa Michaela. De acordo com a analista, em virtude dessa perspectiva, fundos de investimento elevaram a aposta na queda dos preços dos cereais para o curto prazo na CBOT.

Contato: isadora.duarte@estadao.com
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