Agronegócios
21/05/2020 10:25

Conab: preço do tomate e da alface cai em abril com pandemia e sazonalidade


São Paulo, 21/05/2020 - Alface, tomate tiveram queda de preços em abril, com as medidas de isolamento social provocadas pela pandemia de covid-19 e com a sazonalidade da oferta. A avaliação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou hoje o quinto Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) de 2020.

A pesquisa considera, além da alface e do tomate, outros três produtos (batata, cebola e cenoura) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

Segundo o estudo, o tomate chegou a ter queda de preços de 29,60% na Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro e de 23,10% na central de Belo Horizonte. Já a alface, prejudicada sobretudo pela pandemia do novo coronavírus e pelo clima frio que reduz as compras em algumas localidades, apresentou menor volume para comercialização e redução de preços. As maiores baixas ocorreram na central de Vitória (29%), mas também em Belo Horizonte (25,84%) e na Ceagesp, São Paulo (3,03%).

Em contrapartida, os preços da batata e da cebola apresentaram-se em alta, inclusive bastante significativas. Para a batata, a continuidade do declínio da safra das águas quase em seu final e a presença ainda insignificante da nova safra fizeram a menor oferta puxar os preços para cima. Estes movimentos foram unânimes nos mercados analisados, registrando altas entre 2,34% na CeasaMinas - Belo Horizonte e 33,18% na Ceasa/RJ - Rio de Janeiro.

No caso da cebola, os incrementos de preços foram ainda maiores. Os percentuais de alta ficaram entre 26,75% na Ceasa/GO - Goiânia e 80,20% na Ceagesp - São Paulo. O abastecimento concentrado na produção do Sul do País, em declínio em abril, e o atraso na saída da produção nordestina, em virtude das chuvas na região, pressionaram as cotações no sentido de aumento.

Já a cenoura mostrou continuidade na trajetória de preço ascendente, iniciada em janeiro. Em alguns dos mercados analisados, porém, foram registradas quedas nas cotações, mas em porcentuais pequenos. "A oferta da raiz está menor, sobretudo da região de São Gotardo (MG), principal abastecedora do mercado nacional, provocada pelo excesso de chuvas em janeiro e fevereiro", informa a Conab no boletim.

Frutas - No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

O destaque foi a melancia, que teve maior redução porcentual de preços, chegando a ser vendida na central de Goiânia com queda de 33,18%. "A redução de preços ocorreu em virtude da fraca demanda resultante de chuvas em alguns centros consumidores e do frio em outros, fatores que reduzem o consumo dessa fruta", diz Conab.

A banana nanica e a prata tiveram menor produção em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, grandes produtores nacionais. Mesmo com a menor oferta, a redução na demanda, em decorrência das medidas de isolamento social (fechamento de escolas, bares, restaurantes e menor fluxo em feiras) fizeram com que os preços ficassem estáveis ou reduzissem. Dentre os mercados atacadistas que apresentaram queda nos preços dessa fruta, estão a central mineira (16,60%) e a de Goiânia (7,05%).

A comercialização da laranja registrou queda em quase todas as principais centrais de abastecimento, além da diminuição das cotações na maioria dos mercados. A demanda diminuiu, com o isolamento social. "A indústria de suco deve começar a fechar contratos com os produtores da nova safra a partir de maio", acrescenta a Conab.

Já a maçã apresentou em abril queda da quantidade comercializada pelas Ceasas e alta nos preços em alguns mercados. O mamão apresentou diminuição da comercialização no mês conjugada com aumento de preços em algumas Ceasas.

Exportação - O volume de exportação de frutas acumulado no País, até abril, foi 4,61% menor em relação ao mesmo período de 2019, e o valor comercializado em dólares diminuiu 13,44%, o que pode ser uma sinalização dos efeitos da pandemia do novo coronavírus no mundo, avalia a Conab.

Destaque para o crescimento, mesmo nesse cenário, do volume das exportações de maçãs, limões e limas, banana e abacate. O melão, principal fruta brasileira exportada, continuou a apresentar queda nas remessas ao exterior.
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