Rio, 08/02/2018 - Se a chuva der uma trégua a partir deste mês, quando se inicia o forte da colheita da soja, a revisão para cima nas estimativas da safra de grãos em 2018 pode continuar e, eventualmente, a produção total ser maior do que a do ciclo 2017. A avaliação é do gerente da Gerência de Agricultura do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Carlos Alfredo Guedes.
Mais cedo, o instituto divulgou sua estimativa para a colheita de 2018 no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), que deve alcançar 226,1 milhões de toneladas, recuo de 6%, ou 14,5 milhões de toneladas, em relação à produção de 2017. Já em relação ao prognóstico divulgado em janeiro, é um resultado 0,8% maior, ou 1,8 milhão de toneladas - no mês passado o IBGE previa que o País colheria 224,3 milhões de toneladas de grãos.
Segundo Guedes, até agora o clima favorável impulsionou as revisões para cima nas estimativas para a atual safra. "Tem chovido bastante no Centro-Oeste e no Sul", afirmou o pesquisador do IBGE. As chuvas acima do esperado fizeram o plantio avançar e, agora, as atenções se voltam para o início da colheita. Ele assinalou, porém, que a partir de agora é bom que pare de chover para favorecer a colheita. "Se parar um pouco (a chuva), vai favorecer a safra", disse.
No caso da soja, por exemplo, as estimativas para Mato Grosso, maior produtor nacional, já apontam para alta na produção. A estimativa de janeiro do IBGE aponta para uma safra mato-grossense de soja de 30,7 milhões de toneladas, avanço de 0,8% ante 2017.
Inflação
Guedes acrescentou que, mesmo com a redução prevista de 6% em 2018 ante 2017, a safra deste ano já seria a segunda maior da história. Por isso, disse, a tendência é a produção agrícola seguir com efeito positivo nos preços alimentos. "Talvez não ajude tanto quanto em 2017, porque não terá uma diferença tão grande em relação ao ano anterior, mas deve contribuir para controlar a inflação", disse. (Vinicius Neder - vinicius.neder@estadao.com)
