São Paulo, 18/10/2018 - A queda de preço da cebola no atacado é o destaque do mês de setembro entre as hortaliças. O produto registra recuo de preço desde entre maio e junho, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou hoje o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País.
Segundo a Conab, a ampla oferta de cebola decorre da ampla colheita em três regiões, a Sudeste, a Nordeste e a Centro-Oeste, enquanto a produção da Região Sul se encerra. A exportação, sobretudo para o Paraguai e para Argentina, não tem sido suficiente para sustentar as cotações.
Para a batata e o tomate, o movimento dos preços foi ascendente. Se a continuidade de alta do preço do tomate persistir, "pode-se vislumbrar alguma recuperação de preços, ficando estes mais atrativos ao produtor", diz a Conab. No caso da batata, houve em setembro uma interrupção da trajetória descendente. A recente alta, entretanto, é de pouca relevância, diante da forte queda anterior. "As perspectivas não são animadoras em termos de oferta para o restante do ano", prevê a Conab.
Com relação à alface, o comportamento de preço foi predominantemente declinante. De maneira geral, os preços cederam em virtude da maior oferta da folhosa, conforme a Conab.
O boletim mostra que, em setembro, o comportamento de preço da cenoura não teve uma tendência uniforme. As variações, tanto positivas como as negativas, foram pequenas.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças (tomate, cenoura, batata, cebola e alface) são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Em setembro, a banana teve alta de preços nas praças do Sul, Sudeste e Centro-Oeste e queda de 2 dígitos nas praças nordestinas. Segundo a Conab, a baixa oferta de banana nanica manteve o valor dessa variedade em alta, principalmente em relação à banana prata, que continua com boa produção. "Isso deve continuar nos próximos meses, por causa do período de entressafra na principal praça produtora, no Vale do Ribeira (SP)", diz a Conab.
A maçã apresentou variações pontuais de preços no mês passado e a oferta subiu na maioria das Ceasas. As maçãs de calibre miúdo foram bem comercializadas no mês passado e isso pode aumentar mais em outubro porque os valores das maçãs graúdas já estão em altos níveis.
A melancia teve alta destacada de preços em algumas Ceasas, assim como aumento na comercialização. "A oferta goiana continua suprindo o mercado e a temporada de exportações se iniciou com menor volume em relação ao ano passado, em virtude da boa safra espanhola", comenta a Conab.
A laranja apresentou menor quantidade de variantes peras de qualidade. Com isso, os preços subiram um pouco e isso abriu espaço para a laranja tardia valência. A Conab considera que "é esperada para a próxima safra uma boa colheita, por causa da boa florada e das boas perspectivas para o pegamento e a fixação das mesmas".
Já o mamão apresentou alta de preços da variante formosa, em virtude da redução da oferta. Em outubro é esperado um aumento da oferta do formosa. O mamão papaia teve leve queda de produção sem aumento de preços.
O boletim é elaborado mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente por grandes mercados atacadistas do País. Para esta edição, foram considerados os entrepostos dos Estados de SP, MG, RJ, ES, CE, PE, GO e DF.
