Rio, 17/07/2017 - O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) registrou em julho a maior sequência de deflações consecutivas desde 2005, segundo os dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). As quedas de preços atuais, entretanto, são mais expressivas do que há 12 anos, lembrou Salomão Quadros, superintendente adjunto para Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
O IGP-10 recuou 0,84% em julho, a quarta deflação consecutiva. Em junho, a taxa foi negativa em 0,62%. Houve corte de preços tanto no atacado quanto no varejo. Na construção civil, reajustes salariais ainda pressionaram a inflação do setor.
"O IGP-10 já tem quatro quedas consecutivas, tudo indica que o IGP-M terá a quarta deflação em julho, e o IGP-DI está caminhando para o quinto recuo. Então estamos com um período deflacionário longo, com taxas negativas acentuadas", lembrou Quadros.
Segundo o superintendente do Ibre/FGV, o prolongado período de deflação é resultado de uma demanda mais fraca, mas também da queda nos produtos agrícolas decorrente da safra recorde de grãos no País e da redução dos preços de commodities no mercado internacional, como minério de ferro e petróleo.
"É consequência um pouco da recessão que a gente está vivendo, mas também de outros fatores, como a agricultura. A safra favorável está provocando quedas nos preços das matérias-primas. E as commodities também em baixa estão colaborando para evitar maiores repasses de custos de produção", justificou Quadros.
Em 12 meses, o indicador já acumula uma redução de 1,79%.
(Daniela Amorim - daniela.amorim@estadao.com)