Por Julliana Martins
São Paulo, 06/08/2021 - O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, afirmou que o preço do suíno aumentou neste ano em comparação com o ano passado, mas os custos de produção cresceram ainda mais na mesma comparação. Ele participou, ontem (5), de painel do segundo dia da 2ª edição do Datagro Abertura de Safra Grãos - soja, milho e algodão, realizada de forma online.
"O preço do animal subiu 37,15% do ano passado para agora, mas o custo com mix de farelo de soja e milho subiu 72% no mesmo período", afirmou. Nesse sentido, a relação de troca entre o suíno e o farelo de soja, por exemplo, piorou 17% em 2021.
Segundo Lopes, ainda em relação aos custos de produção, a quebra na segunda safra do milho eleva as preocupações da suinocultura. Ele defende, portanto, um incentivo como a retirada do PIS/Cofins para criadores conseguirem importar milho a preços competitivos.
Apesar disso, a expectativa de demanda por carne suína é positiva para este ano, especialmente com a recuperação econômica, que vem na esteira do avanço da vacinação, acrescenta.
Entre os desafios, ele destacou a possibilidade de retomada da produção chinesa de suínos. Além disso, reiterou que o setor está atento à peste suína africana, com o novo foco identificado na República Dominicana. Segundo Lopes, está em curso uma política pública de saúde animal para mobilizar a cadeia em prol da erradicação da peste suína clássica. "Temos um projeto piloto em Alagoas para colocar a vacinação como ferramenta essencial para prevenção e melhoria da biosseguridade das granjas", explicou.
contato: julliana.martins@estadao.com
