São Paulo, 19/06/2017 - Os futuros de açúcar demerara fecharam com leve alta nesta segunda-feira na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). O mercado tenta uma correção técnica após acumular, na sexta-feira, seis sessões consecutivas de queda. O vencimento outubro, o mais líquido, ganhou 4 pontos (0,29%), a 13,67 cents por libra-peso.
O mercado tem sido pressionado pela oferta abundante, principalmente do Brasil, maior produtor do mundo. Somente neste ano, os preços já recuaram cerca de 30% e muitos analistas disseram que ainda não veem uma recuperação sustentável.
"Os envios do Brasil ao exterior permanecem imprevisíveis", disse James Cassidy, chefe global de Derivativos de açúcar no Société Générale em Nova York. "Os estoques atuais estão amplos, com uma produção superavitária que deve continuar", argumentou.
Além da produção elevada no Brasil, o enfraquecimento do real ante o dólar tem incentivado as exportações de açúcar, uma vez que os agricultores agora recebem mais na conversão para a moeda local. Colaborando com a safra volumosa, a Petrobras anunciou a redução em 2,3% no preço médio da gasolina e em 5,8% no valor do diesel nas refinarias. Isso tende a pressionar o açúcar, uma vez que o preço menor da gasolina desestimula a produção de etanol nas usinas e incentiva a transferência dessa capacidade para o açúcar.
Outros países também estão esperando uma colheita robusta de açúcar. "Índia e Tailândia vão ter uma safra maior neste ano, após um período de monção ruim prejudicar a cultura no ano passado", disse Jack Scoville, vice-presidente na Price Futures Group. A Índia é a segunda maior produtora de açúcar do mundo, enquanto a Tailândia é a segunda maior exportadora.
Alguns analistas ponderaram, entretanto, que fatores como a influencia dos preços de outros mercados sobre o açúcar e as previsões climáticas podem mudar esse cenário. "Muito desse superávit para a temporada 2017/18 é sustentado pela boa safra na Ásia", disse o Rabobank, em nota feita em maio. "Até o momento, a temporada de monções é esperava para trazer níveis normais de chuva. Se vier abaixo, o mercado pode ter uma reação muito rápida".
Veja como fecharam os futuros do demerara em Nova York e do refinado em Londres.
| Bolsa de Nova York (ICE US) - Açúcar demerara |
| Cotação em centavos de dólar por libra-peso e variação em pontos |
| Contrato |
Máxima |
Mínima |
Anterior |
Fechamento |
Variação |
| Jul/17 |
13,56 |
13,34 |
13,44 |
13,46 |
2 |
| Out/17 |
13,77 |
13,54 |
13,63 |
13,67 |
4 |
| Mar/18 |
14,43 |
14,21 |
14,31 |
14,33 |
2 |
| Bolsa de Londres (ICE Europe) - Açúcar refinado |
| Cotação e variação em dólar por tonelada |
| Contrato |
Máxima |
Mínima |
Anterior |
Fechamento |
Variação |
| Ago/17 |
404,30 |
399,10 |
399,50 |
402,60 |
3,10 |
| Out/17 |
388,10 |
384,10 |
385,80 |
385,70 |
-0,10 |
| Dez/17 |
389,20 |
385,60 |
387,10 |
386,80 |
-0,30 |
|
Fontes: ICE Futures US, ICE Futures Europe e Agência Estado
(Cristian Favaro - cristian.favaro@estadao.com; com Dow Jones Newswires)
