Agronegócios
05/05/2021 08:25

Minerva/Fernando Queiroz: Athena Foods compensou no trimestre margens mais restritas no Brasil


Por Julliana Martins

São Paulo, 05/05/2021 - A diversificação geográfica na produção de carne que atende os compradores internacionais da Minerva continua sendo a melhor estratégia de proteção da empresa contra a oscilação do mercado de proteínas brasileiro, disse o presidente da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz. Segundo ele, isso é observado no bom resultado da companhia no primeiro trimestre de 2021, conforme balanço publicado há pouco. O documento mostrou um ganho de participação na receita da subsidiária Athena Foods, que, a partir de países vizinhos, atende o mercado internacional. Pela primeira vez, a subsidiária superou a representatividade da Divisão Brasil em um trimestre.

No Brasil, o ciclo negativo da pecuária, com menor oferta de gado terminado e maiores preços para a arroba do boi gordo, tem levado a uma redução no número de cabeças abatidas pela empresa e a um aperto nas margens. O diretor financeiro e de relações com investidores, Edison Ticle, disse que em janeiro e fevereiro a empresa registrou as piores margens para a operação brasileira, mas que em março a situação melhorou e o indicador já está entre 8% e 9%. O executivo admite, ainda, que a conjuntura levou a empresa a paralisar temporariamente as atividades de três unidades de processamento em Mato Grosso. "Antecipamos paradas para manutenção que já estavam programadas, em função da redução da oferta".

Já a Athena Foods, que abrange operações na Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai, ganhou espaço nos primeiros três meses do ano. Os resultados foram melhores no Paraguai, na Colômbia e no Uruguai, nesta ordem, com os preços de gado mais baixos nos dois primeiros países. No Uruguai e na Argentina, a arroba do animal está mais alta, porém relativamente estável quando analisada no preço em dólar.

O mercado global de carne bovina continua favorecendo as exportações da América do Sul, no qual a Minerva é responsável por 20% das exportações, comentam os executivos. Isso porque a questão estrutural tem sinalizado um aperto na oferta do produto, com o menor volume de abates dos últimos 36 anos na Austrália e a peste suína africana se espalhando pela Ásia e pela Europa. Por outro lado, a demanda continua crescendo, especialmente no Sudeste Asiático e na América do Norte, onde a retomada da economia pós-pandemia tem ocorrido de forma mais acelerada.

De acordo com o CEO da Minerva, a China tende a permanecer como um dos principais destinos das exportações de carne bovina de países da América do Sul. Entretanto, outros países estão no radar e podem abrir os mercados ainda este ano, como Canadá e a Coreia do Sul. "Mesmo diante da sazonalidade do início de ano, o mercado global está bastante aquecido, ratificando o bom momento para os exportadores. O mercado asiático segue apresentando forte demanda, com destaque para a China que, com 35% da receita de exportação, permanece como nosso principal destino, além do crescimento em outros mercados relevantes como Filipinas, Indonésia e Tailândia", afirma a companhia, em comunicado enviado à imprensa.

Além da operação em regiões diferentes, Queiroz reforça que a empresa segue investindo em tecnologia para reagir mais rápido às mudanças de mercado, buscando inclusive alternativas para os seus canais de distribuição.

Contato: julliana.martins@estadao.com
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