Agronegócios
02/10/2018 16:39

Arnaldo Jardim diz ser precipitado apoio da FPA a Bolsonaro


Brasília, 02/10/2018 - Ex-secretário de Agricultura do governo de Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) considerou "precipitado" o apoio dos ruralistas a Jair Bolsonaro (PSL). "Achei isso absolutamente precipitado e indevido. Sou membro da FPA e fiquei surpreso com essa manifestação, que achei extemporânea", disse ele ao Broadcast Político. A FPA oficializou hoje apoio à candidatura do capitão reformado, em uma carta publicada na internet.

No texto, a presidente do grupo, a deputada Tereza Cristina (DEM-MS), diz que a decisão "atende ao clamor do setor produtivo nacional, de empreendedores individuais aos pequenos agricultores e representantes dos grandes negócios". O deputado tucano e ex-presidente da frente Nilson Leitão (MT) chegou a dizer que o grupo está traduzindo o sentimento do setor. Apesar de a decisão dos ruralistas ser consenso entre os membros da diretoria, há divergências entre parlamentares que fazem parte do quadro da FPA e que preferem se manter ao lado de Geral Alckmin até o fim do primeiro turno, como é o caso de Jardim e também da deputada federal Bruna Furlan (PSDB-SP).

Arnaldo Jardim é candidato à reeleição e tem forte apoio do setor, principalmente do segmento sucroenergético do Centro-Sul. Ele recebeu uma das maiores doações de campanha (R$ 250 mil) do empresário Rubens Ometto, fundador da Cosan, e que se destacou, até o momento, como o maior financiador de campanhas nas eleições 2018. Em um possível governo Alckmin, Jardim seria um dos cotados para assumir um cargo de destaque na Agricultura. Já Bruna é uma das grandes apostas do PSDB para a Câmara neste ano e recebeu o repasse de R$ 1,5 milhão do fundo eleitoral do partido para sua reeleição.

Mais cedo, Alckmin se manifestou sobre o apoio da FPA deixando transparecer um sentimento de traição em relação ao grupo e sua presidente, Tereza Cristina, que chegou a ser cotada como vice em sua chapa, antes de o tucano fechar com a senadora Ana Amélia (PP-RS). Alckmin disse que foi um ato "individual e extemporâneo". "A manifestação da FPA foi até desrespeitosa. Eu também sou agricultor e não fui consultado. Deputados e senadores não foram consultados. Quem eles consultaram?", indagou Alckmin, que participou de um encontro de lideranças convocado pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), na capital paulista. (Camila Turtelli, camila.turtelli@estadao.com)
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