Por Julliana Martins
São Paulo, 06/08/2021 - O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, voltou a afirmar que a alta nas exportações de carnes de frango e suína não anula o abastecimento do mercado interno. Porém, a expectativa é de que os consumidores continuem observando uma troca no patamar de preços das proteínas, em virtude da alta dos custos de produção. A avaliação foi apresentada ontem (5) em painel do segundo dia da 2ª edição do Datagro Abertura de Safra Grãos - soja, milho e algodão, realizada de forma online.
De acordo com Santin, em 2022 a carne bovina vai permanecer com preços altos no mercado doméstico, o que favorece as carnes de frango e suína, concorrentes diretas. Contudo, mesmo as proteínas mais baratas terão uma valorização, como forma de os produtores repassarem o aumento dos custos com grãos, utilizados para ração animal.
Na produção de carne suína, ele comenta que o produtor tem observado um prejuízo de cerca de 0,3% por quilo de animal comercializado. Já na carne de frango, o prejuízo chega a quase R$ 1 por quilo.
Em relação às exportações, a China continua como o maior comprador de carnes de frango e suína do Brasil, mas a diversificação e abertura de novos mercados reduz a dependência do País do país asiático. Na avaliação de Santin, é fato que a China avança na sua produção de suínos, com a recuperação do rebanho, após a peste suína africana que assolou o país em 2019. Porém, esse processo ainda se dá de forma lenta, com o Brasil podendo aproveitar uma oportunidade de permanecer como principal exportador do produto para a China.
Para a carne de frango, este ano, a ABPA acredita que a conjuntura deve se manter muito positiva no País, com a possibilidade de a produção chegar a quase 15 milhões de toneladas.
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