Por Isadora Duarte
Brasília, 17/01/2024 - A consultoria StoneX cortou em 4% a sua estimativa para a safra brasileira de trigo 2023/24, já colhida, de 8,59 milhões de toneladas projetadas em dezembro para 8,25 milhões de toneladas. A revisão deve-se a uma menor produção no Rio Grande do Sul, em virtude do excesso de chuvas que levou à queda de produtividade de 2,18 toneladas por hectare para 1,95 tonelada por hectare no Estado, apontou a consultoria em relatório de safra divulgado nesta quarta-feira.
Com a menor oferta, diz a StoneX, o País deve elevar a importação do cereal neste ano. A consultoria prevê aumento de 56% no volume internalizado pelo País, de 4,514 milhões de toneladas na safra passada para 7,05 milhões de toneladas na temporada atual, ante 6,3 milhões de toneladas projetadas em dezembro. "Além de afetar as importações, a queda estimada na produção também afeta a indústria de moagem e o estoque final. Similarmente ao verificado no caso das exportações, têm-se observado um acelerado ritmo de comercialização do trigo de baixa qualidade para o setor de ração animal, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde há um volume abundante do grão nessa condição", observou a StoneX. Este cenário, de acordo com a consultoria, reflete na maior movimentação dos moinhos em buscar cereal de qualidade superior, destinado à panificação, no mercado externo. "A maior necessidade de importações poderia pressionar a estrutura logística, principalmente no Sul do País", pontuou a StoneX.
Para a StoneX, a moagem nacional deve atingir 12,346 milhões de toneladas na temporada atual, 1,3% menos na comparação anual. O consumo para ração é previsto pela consultoria em 1,060 milhão de toneladas, aumento de 194% ante o ciclo 2022/23, em virtude do maior volume disponível de cereal de baixa qualidade.
O estoque final da safra 2023/24 foi reduzido pela StoneX de 149,3 mil toneladas para 109,5 mil toneladas, queda de 80,3% contra a temporada 2022/23.
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