Brasília, 19/06/2018 - O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, disse que, em meio a um cenário de crise fiscal, o teto de gastos é o que ainda dá credibilidade para as contas públicas, a ponto de manter juros e inflação em baixa. Em seminário organizado pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, ele afirmou que é até possível discutir mudanças no teto, mas é necessário algo que dê sustentabilidade às contas públicas para substituí-lo, como, por exemplo, a reforma da Previdência.
Colnago ressaltou que a situação fiscal brasileira traz incertezas para a sociedade, o que dificulta que o país alcance o PIB potencial. "O setor público não está trazendo solução e ainda está dificultando a sociedade", afirmou. "O Estado não tem como ser o motor do crescimento, não substitui a iniciativa privada".
O ministro destacou ainda a necessidade de reformas microeconômicas e aumentar a produtividade da economia. "Temos uma saída muito clara, a receita está dada", completou.
Para Colnago, o Orçamento precisa ser "completamente repensado". Ele citou o enrijecimento cada vez mais evidente da peça orçamentária dado o crescimento do déficit e disse que o próximo presidente terá que enfrentar esse problema. "O próximo governo pode acabar sendo apenas gestor de folha de pagamentos, como muitas prefeituras . Isso é muito pouco", completou.
Entre os pontos que precisam ser melhorados, o ministro citou o fato de que o excesso de arrecadação em algumas fontes, como fundos e royalties não pode ser utilizado para outras despesas, o que leva o governo a continuar se endividando mesmo com dinheiro em caixa. (Lorenna Rodrigues - lorenna.cardoso@estadao.com)
