Economia & Mercados
13/12/2017 11:23

Meirelles diz que, sem Reforma da Previdência, taxa de juros pode subir


São Paulo, 13/12/2017 - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, voltou a defender a reforma da Previdência, em discussão no governo Michel Temer, e disse que, se ela não for concretizada, há o risco da taxa de juros voltar a subir. "Previdência é hoje injusta, há funcionários públicos privilegiados; queremos justiça social, igualdade para todos", disse, em entrevista na manhã de hoje à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul. E destacou que o governo espera votar as mudanças previdenciárias ainda este ano. "Mas, se não der, em fevereiro [2018] votamos."

Ao falar da necessidade de aprovar essa reforma, Meirelles alertou que, se nada for feito, a Previdência pode quebrar, citando como exemplo o que ocorreu na Grécia. E frisou que as chances dos juros subirem, com a não aprovação, são bem mais elevadas. "O risco-país pode aumentar se não for aprovada a reforma da Previdência, pode ter o downgrade, o que significa aumento de juros."

Geração de emprego. Na entrevista, o ministro voltou a falar da recuperação da economia brasileira, destacando que já foram criados mais de 1 milhão de novos postos de emprego este ano e a expectativa é de criação de mais de 1,5 milhão em 2018. "E a Reforma Trabalhista vai ajudar a criar mais empregos", emendou. Ele fez questão de frisar que essa recuperação está ocorrendo sob uma base de crise e dados negativos.

Meirelles falou também que uma das prioridades na área da privatização é a Eletrobras. "Todo brasileiro deve ter eletricidade mais barata e acessível, com a privatização Eletrobras", citando como exemplo o que ocorreu na área das telecomunicações, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na sua avaliação, a privatização da Telebras deu ao País um novo patamar de desenvolvimento neste setor.

À rádio, o ministro falou da situação econômica do Rio Grande do Sul, destacando que, ao lado do Rio de Janeiro, é um dos Estados que registram elevado endividamento, por isso, estão em negociação caso a caso com o governo federal. Ele disse que não está se impondo condições específicas para eventuais privatizações, como a do Banrisul, mas reconheceu que existe dificuldade para aumentar receita e reduzir despesas, um dos caminhos é a privatização.

"É preciso que o Estado equilibre as suas contas, não adianta o Estado ter companhias e estar quebrado." Segundo ele, a renegociação da dívida dos Estados já é passado, foi executada. Agora, se fala em plano de recuperação fiscal onde o déficit é elevado, como é o caso do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. (Elizabeth Lopes - elizabeth.lopes@estadao.com)
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