Economia & Mercados
21/01/2022 11:29

Exclusivo: Solstar busca investidores para acelerar crescimento


Por Luciana Collet

São Paulo, 21/01/2022 - A energytech Solstar, focada no segmento de geração solar para residências e pequenos comércios, está buscando investidores para avançar em seu plano de negócios. A empresa, que superou a marca de 4 mil projetos comercializados e encerrou 2021 com estimativa de faturamento da ordem de R$ 100 milhões, 300% acima do ano anterior, quer crescer e alcançar R$ 1 bilhão de receita até 2024. Para isso, pretende expandir sua operação e investir em aquisições e tecnologia.

A intenção da empresa é captar até R$ 100 milhões junto a fundos de investimentos até junho. "Já estamos conversando com alguns fundos", conta o diretor presidente da empresa, Matheus Bazan. Ele considera que a Solstar é hoje um dos últimos "grandes integradores" que ainda não recebeu grandes aportes, e por isso possui mais flexibilidade e, consequentemente, atratividade.

Nos planos da empresa está o uso dos recursos para reforçar capital de giro, desenvolvimento de tecnologia, e a possibilidade de aquisições, especialmente de um distribuidor, de maneira a ganhar escala, e de startups.

O executivo argumenta que a tecnologia já existente na empresa é hoje o principal diferencial do negócio. Bazan, que até 2019 era um investidor anjo da iniciativa, assumiu a posição e deu início a investimentos para criar uma plataforma que hoje é a base da atuação da Solstar.



Bazan: Plano é acelerar a transição energética residencial
Foto: Divulgação/Germano Lürdes

Diferente de boa parte das integradoras solares, que construíram redes de franquias, a Solstar opera principalmente por meio de venda remota online, além de uma rede representantes comerciais e parceiros licenciados, e apostou tecnologia para se desenvolver. Nos últimos três anos, foram investidos mais de R$ 5 milhões, permitindo que a empresa passasse a usar ferramentas de inteligência e de CRM (Customer Relationship Management) para realizar propostas, buscar potenciais novos clientes e se relacionar com suas bases. Com isso, a empresa tem crescido mais rápido que seus concorrentes, com custos mais baixos por transação, afirma Bazan.

No entanto, segundo ele, o montante investido ainda é pequeno diante das ambições da empresa, que visa atuar também com automação, gestão e eficiência energética no segmento residencial e de pequenos comércios. "O mercado é semicomoditizado - placas solares e sistemas são produzidos na China e, em termos de produto, é quase uma commodity -, mas nossa visão sempre foi do presencial e a gente cada vez mais invadir, no bom sentido, a casa do cliente", diz Bazan, vislumbrando o mapeamento do consumo das residências e a construção de um banco de dados.

De acordo com o executivo, a estrutura da empresa já está digitalizada, mas a intenção é buscar otimizações e novas oportunidades de empregar tecnologia, o que inclui o desenvolvimento já em curso de aplicativos para clientes e para instaladores e de um marketplace B2B voltado para parceiros. "Nossa ideia é, através do solar, nos transformarmos realmente em uma empresa de tecnologia, no sentido de acelerar a transição energética residencial", completou.

Bazan destaca que automação residencial é mais do que "subir e descer cortina". "A gente consegue ter aviso de pagamento de gás, aviso de vazamento de água, dá pra ter programação de desligamento de ar condicionado durante um período da noite, proporcionando economia e eficiência energética, tem uma série de coisas que consegue empacotar para precipitar esse mercado de automação residencial que hoje é inexistente", explica. "O pessoal compra a Alexa achando que vai automatizar, achando que apertando botão vai conectar tudo, mas é complicado fazer, exige consultoria, e tudo o que a gente planeja vai nesse caminho", completa.

Mas automação exigirá um desenvolvimento de maior prazo. Para este ano, uma das iniciativas em curso é o lançamento, no primeiro semestre, de uma linha de crédito, via FIDC, com mais de R$ 20 milhões destinados ao projeto piloto. A intenção é desburocratizar o acesso ao crédito, encurtando o ciclo de venda, ao mesmo tempo em que gera uma nova linha de receita para a empresa. Para das mais segurança para a operação, a empresa está desenvolvendo um mecanismo de desligamento remoto, a ser usado no caso de inadimplência, gerando mais segurança aos credores.

Contato: energia@estadao.com
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