Economia & Mercados
07/09/2020 14:10

Especial: Com chegada do Pix, teles miram economia de até R$ 1 bi com boletos e recargas


Por Circe Bonatelli

São Paulo, 07/09/2020 - A um mês da chegada do Pix - ferramenta que promete revolucionar o sistema financeiro, com transferências de dinheiro na mesma hora para outra conta, disponível 24 horas por dia -, as operadoras de telecomunicações já estão se preparando para a adoção da novidade. O início do registro das chaves Pix pelos usuários (como número de telefone celular, e-mail, CPF, CNPJ) será em 5 de outubro, e o lançamento será em 16 de novembro.

TIM, Vivo, Claro e Oi vislumbram usar o Pix para reduzir custos na arrecadação de faturas e recargas de pré-pagos. A ideia é que as faturas de planos de telefonia, internet e TV paga venham com QR Code, por meio do qual o cliente poderá usar o Pix para o pagamento instantâneo. Essa novidade deve começar a tornar-se realidade ainda este ano.

O vice-presidente de Estratégia e Transformação da TIM, Renato Chiuchini, diz que, juntas, as operadoras desembolsam aproximadamente R$ 1 bilhão por ano se somados os gastos com recolhimento dos boletos e comissões para parceiros (bancos, lotéricas, mercados, padarias, bancas de jornal, entre outros), em que são feitas as recargas de celulares pré-pagos. Esse é o valor máximo potencial de redução das despesas no longo prazo.

"O custo de recolhimento de cada boleto no mercado, em média, é de R$ 2. Se trocar isso pelo Pix, a expectativa é de uma redução relevante dos custos", afirma Chiuchini. O Banco Central cobrará R$ 0,01 pela liquidação de cada 10 pagamentos instantâneos na plataforma do Pix. Resta saber qual valor será cobrado por cada um dos bancos comerciais. De todo modo, tudo indica que haverá uma queda expressiva para o serviço em comparação com os boletos, ainda mais em um cenário de competição crescente entre as instituições financeiras.

"Toda essa cadeia de arrecadação e cobrança tem um custo alto para qualquer telco. Esperamos redução de custo, sim. Ainda não conseguimos ainda dizer quanto, pois depende do preço final das transações, mas será significativa", diz Rodrigo Gruner, diretor de Serviços Digitais e Inovação da Vivo.

Ainda no front de custos, as teles dizem que o sistema de pagamentos instantâneos vai diminuir as complicações do processo de reativação de serviços para consumidores que quitaram com atraso as faturas e tiveram o sinal desligado. Como o pagamento da fatura leva até cinco dias para cair e ser identificada, as teles acabam religando o sinal "na confiança" após aviso de pagamento pelos clientes. Mas se o pagamento tem algum problema, todo o processo precisa ser refeito.

"Ao reativar os serviços hoje, assumimos um risco com base na promessa de pagamento. Com o Pix poderemos ver o pagamento de forma instantânea e também reativar os serviços de forma instantânea, agora com base numa informação confiável", diz o diretor de serviços financeiros da Claro, Maurício Santos. "Esse é um dos principais motivos de ligações dos clientes para nosso atendimento. Então, também esperamos redução de custos associados às chamadas".

Já a parte de pagamento das recargas de celular por meio do Pix deve ficar para 2021, pois as teles estão avaliando como viabilizar esse modelo tanto do ponto de vista técnico quanto comercial. Essa medida envolve os ponto comerciais e depende da velocidade com que o sistema Pix vai ser absorvido pela população, dizem as teles.

Contato: circe.bonatelli@estadao.com
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