Por Wagner Gomes
São Paulo, 23/08/2021 - No acumulado deste ano, entre janeiro e julho, as importações de produtos químicos alcançaram US$ 30,3 bilhões, o que representa um avanço de 30,6% em relação ao mesmo período de 2020. Já as exportações brasileiras dessas mercadorias tiveram um aumento de 18,1%, totalizando US$ 7,7 bilhões até julho, desempenho especialmente concentrado nos positivos resultados dos grupos de produtos inorgânicos (US$ 2,4 bi, aumento de 11,9%) e orgânicos (US$ 1,7 bi, aumento de 37,2%) diversos. Com esses resultados, o déficit na balança comercial de produtos químicos chegou, até julho, à marca de US$ 22,6 bilhões, aumento de 35,5% em relação ao mesmo período de 2020.
Os dados foram divulgados há pouco pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Nos últimos 12 meses, de agosto de 2020 a julho deste ano, o déficit comercial somou US$ 36 bilhões.
As importações brasileiras de produtos químicos somaram US$ 5,3 bilhões em julho, aumento de 4,1% na comparação com o mês anterior, junho, e de 45,4% em relação ao mês de julho de 2020. Pelo segundo mês consecutivo os valores importados ultrapassaram a marca dos USS 5 bilhões.
Já em termos de volumes, as movimentações foram, no mês, de praticamente 5,3 milhões de toneladas, com elevação de 4,7% na comparação com junho e de 11,1% em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo a Abiquim, "julho de 2021, portanto, entra para a história da balança comercial em produtos químicos como o mês em que, simultaneamente, novos e alarmantes recordes são estabelecidos para os valores e quantidades adquiridos".
As exportações brasileiras de produtos químicos, por sua vez, somaram, em julho, US$ 1,26 bilhão, elevação de 4,3% em relação ao mês anterior, junho, mas uma queda de 10,2% das quantidades vendidas ao exterior, que foram de 1,3 milhão de toneladas no mês. O presidente-Executivo da Abiquim, Ciro Marino, o novo mercado do gás indiscutivelmente tem potencial de reinventar o setor químico no Brasil. Mas adverte que ainda são críticos os desafios no curto e médio prazos para manter unidades operando no País e atrair investimentos.
"Estamos especialmente preocupados com os eventuais custos incrementais de energia nos próximos meses, pois o setor trabalha em processo contínuo e o terceiro trimestre costuma ser o mais dinâmico em ritmo produtivo", destaca.
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