Por Matheus Piovesana
São Paulo, 11/05/2022 - A Ebury, fintech inglesa do Santander especializada em pagamentos internacionais, cobranças e câmbio, assinou hoje a compra de 100% do capital do Bexs Banco e da Bexs Pay, por valor não revelado. De acordo com a empresa, o foco é aumentar a oferta de soluções de transferências internacionais para pequenas e médias empresas.
Outro objetivo da Ebury é o de atender digitalmente empresas que vendam produtos online no Brasil, em especial marketplaces, aplicativos e empresas de software.
A fintech afirma que a tecnologia do Bexs viabiliza a realização de grandes fluxos de pagamento do exterior para o Brasil, e que outra sinergia entre as operações é a abertura de contas em outros países, o que permite que as empresas transacionem diretamente na moeda de cada mercado sem precisar necessariamente trazer os recursos para o país de origem.
"O Bexs é uma empresa mais tech do que fin, capaz de aliar soluções escaláveis globalmente a uma profunda expertise em regulação cambial. A parceria com a Ebury abrirá uma carteira de potenciais clientes em outros mercados”, afirma em nota Sérgio Rial, presidente do conselho de administração da Ebury.
"Além disso, sua tecnologia e modelo de negócios ímpares para pagamentos massivos podem ser replicadas em outras geografias. As possibilidades de sinergia são quase ilimitadas", complementa ele.
O Santander tem experiência em levar negócios brasileiros para todo o mundo. Foi assim com a Getnet, adquirida pelo banco em 2014 e que no ano passado, tornou-se uma empresa independente e de escala global sob a PagoNxt, plataforma de pagamentos do Grupo.
O Bexs surgiu em 1989, como Didier Corretora de Câmbio, e foi autorizado pelo Banco Central a operar como banco de câmbio em 2010, mudando o nome para Bexs. Entre 2012 e 2017, lançou produtos direcionados ao varejo online internacional (cross border) e de serviços. O banco oferece ainda plataformas (APIs) para exportações e importações, investimentos e agtechs.
Segundo o comunicado da Ebury, o Bexs realizou em 2021 mais de 30 milhões de transações, integrando câmbio ao Pix, e operações de câmbio de mais de R$ 20 bilhões.
Pelo acordo, o CEO do Bexs, Luiz Henrique Didier Jr, continuará à frente das operações no Brasil. O banco fará parte da estrutura da Ebury, que desembarcou no País no ano passado e que tem planos ambiciosos para a operação local. “Temos presença em 20 países e o Brasil não podia ficar de fora. Além disso, é a nossa porta para a América Latina”, diz Fernando Pierri, CCO da fintech.
Por ano, a Ebury é responsável por um fluxo de US$ 23 bilhões em transações entre empresas. A sede da empresa fica em Londres.
A compra do Bexs pela Ebury está sujeita às aprovações de autoridades regulatórias.
Contato: matheus.piovesana@estadao.com