Economia & Mercados
13/04/2018 13:23

Balanço da Copel é assinado com ressalva por ajustes relacionados à UEG Araucária


As demonstrações financeiras da Copel referentes ao quarto trimestre de 2017 foram alvo de uma ressalta do auditor independente, a Delloite Touche Tohmatsu. A instituição indicou, em seu relatório sobre os números da estatal paranaense de energia, que tem dúvidas sobre o correto registro de provisões relacionadas à controlada Usina Elétrica a Gás Araucária (UEG Araucária).

Desde o terceiro trimestre, a companhia tem enfrentado problemas relacionados à essa empresa, após identificar que a usina mantém recursos em Fundo de Investimento Multimercado, o qual detém cotas em outros fundos de investimentos, que por sua vez mantém investimentos em companhia de capital fechado, cujo ativo principal é um empreendimento imobiliário.

Conforme já informou anteriormente, a Copel mantém uma investigação independente para analisar o investimento. Com base em laudos independentes obtidos, a elétrica decidiu agora constituir uma provisão para desvalorização desse investimento no montante de R$ 136,9 milhões, retroativo a 2016, resultando na reapresentação dos valores correspondentes ao exercício findo naquele exercício.

"Considerando que os trabalhos relacionados à investigação ainda estão em andamento, não é possível obter evidência de auditoria apropriada e suficiente se a provisão para desvalorização deve ser registrada nas demonstrações financeiras apresentadas para fins de comparação, referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2016, ou se refere a exercícios anteriores", afirmou a Deloitte, questionando ainda se a classificação destes impactos estão adequadamente refletidos nestas demonstrações comparativas.

A Copel também se manifestou a respeito e arquivou na quinta-feira na Comissão de Valores Mobiliários, juntamente com as demonstrações financeiras de 2017, um fato relevante informando sobre a "reapresentação de saldos comparativos referentes ao exercício findo em 2016" e alertando para a ressalva.

A companhia explica que, durante o processo de investigação, foi verificado que o investimento ocorreu de forma restrita à UEG Araucária, em desacordo com a política de investimento da Copel, que prevê a alocação de recursos financeiros em fundos exclusivos apenas se forem compostos exclusivamente por títulos públicos federais ou emitidos por instituições financeiras públicas federais.

Explicou, ainda, que a investigação identificou a necessidade de constituição de provisão para a desvalorização desse investimento ainda em 2016, "em razão de suas características específicas, tais como estágio do empreendimento imobiliário e perspectiva de geração de caixa futura" e também pelo fato de que se a natureza do investimento tivesse sido identificada naquele ano, poderia ter sido identificado na ocasião indícios de desvalorização.

As demonstrações de 2016 originalmente apresentadas, o investimento apresentava saldo de R$ 165,7 milhões. Agora, a companhia optou por constituir uma provisão de R$ 136,9 milhões para desvalorização desse investimento, na data base de 31 de dezembro de 2016, resultando em um saldo remanescente desse investimento em 2016, no valor de R$ 28,8 milhões, que adicionalmente foi reclassificado para o Ativo Não Circulante, por conta da expectativa do prazo de realização.

No mesmo fato relevante, a Copel também informa que foram feitos ajustes no balanço de 2016 relacionados à distribuidora (Copel D), com um aumento de R$ 32 milhões nas despesas financeiras e nas provisões relacionadas a litígios tributários, além de aumento de R$ 10,9 milhões na linha de imposto de renda e contribuição social diferidos.
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