Por Luísa Laval
São Paulo, 28/04/2022 - Como esperado, a Embraer reportou resultado fraco no primeiro trimestre, com queda de receita em praticamente todos os segmentos de comercialização. Por outro lado, a companhia reiterou a projeção de resultados para 2022, o que, na visão do mercado, implica que as entregas devam ser mais concentradas no segundo semestre.
Pouco surpreso. Quando a companhia divulgou sua carteira de pedidos firmes, em 19 de abril, analistas já apontavam que os números foram “decepcionantes”. A empresa anunciou que entregou 14 jatos no primeiro trimestre de 2022 e totalizou carteira de pedidos firmes (backlog) de US$ 17,3 bilhões. A expectativa inicial do BTG Pactual, por exemplo, era de entrega de 17 unidades.
Impacto. A Embraer registrou quedas anuais respectivas de 44%, 47% e 50% na receita dos segmentos de Aviação Comercial, Aviação Executiva e Defesa e Segurança, com o impacto de entregas menores de aeronaves no trimestre. No caso do último, o resultado foi penalizado por não ocorrerem entregas do jato KC-390 no trimestre. Vale lembrar que a Força Aérea Brasileira reduziu em fevereiro de 28 para 22 o número de aeronaves do modelo a serem entregues.
Ainda dá. Mesmo com o trimestre sem brilho, a empresa reiterou as projeções (guidance) para 2022. A avaliação do mercado é de que as entregas abaixo do esperado não devem impedir que a empresa bata suas metas. “Apesar do trimestre fraco, esperamos melhorias à frente, com o mercado de companhias aéreas em recuperação e outros pontos de valor interessantes”, afirmam os analistas do BTG Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, em relatório de prévias de resultados da companhia.
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