Economia & Mercados
15/08/2018 08:21

InovaBra habitat, do Bradesco, supera meta para um ano em apenas seis meses


São Paulo, 15/08/2018 - O espaço de coinovação do Bradesco, batizado de inovaBra habitat, completa seis meses com entregas prometidas à instituição financeira para quando tivesse um ano de vida. São 181 empresas startups já instaladas, mais de 1.600 assentos (número total de habitantes), 31 clientes corporativos do banco que interagem com as novatas e um total de 30 mil visitantes ao local recém-inaugurado.

Com 95% do espaço ocupado, a expectativa é passar rapidamente do patamar de 200 startups, o que pode ocorrer, conforme o diretor executivo de canais digitais, inovação e do Next - o banco digital do Bradesco -, Luca Cavalcanti, ainda este ano. As novatas, além de estarem na mira de dez investidores, recebem todo o suporte tecnológico, de marketing e demais necessidades para gerir seu dia a dia e se desenvolverem.

"Estamos um ano a frente do que queríamos. Nos dez andares do habitat, temos espaços para colaborar, para inovar o tempo inteiro. O Bradesco está conectando pessoas e servindo de ponte para desenvolver inovação e negócios", afirma Cavalcanti, em entrevista ao Broadcast, durante a manhã de ontem, no InovaBra habitat, localizado na Av. Angélica, em São Paulo.

O executivo, incumbido de desenvolver a inovação no banco, conta que o número de "Corporates" interessadas em se relacionar com as startups também é crescente. A lista já inclui nomes como a bandeira de cartões Visa, Carrefour, Embratel, Claro, Algar tech, Centauro, Fleury, Riachuelo e outros.

"O número de empresas no inovaBra deve crescer numa velocidade maior porque não estamos segmentando. Não queremos o melhor do setor, queremos ter os nossos clientes de grandes corporações participando de atividades que permitam acelerar a sua inovação e também desenvolver as startups", resume Cavalcanti.

De acordo com ele, o foco do banco, a partir do habitat, é integrar grandes empresas que participem de maneira ativa no espaço, podendo não só acelerar o seu processo de inovação, mas também exercitar a inovação do próprio Bradesco a partir das startups. "Nossas startups estão na linha da fronteira de soluções disruptivas e que, de fato, fazem diferença para as corporações, por maior que elas sejam. O objetivo é fazer elas perceberem que a inovação poderá trazer um ganho de performance a essas empresas ou acelerar o desenvolvimento de seus negócios", acrescenta.

O foco de atuação do inovaBra habitat, lembra o executivo, está amparado em seis eixos de tecnologia, interagindo com pequenas, médias e grandes empresas: tecnologia de blockchain, big data (dados) e algoritmos, inteligência artificial, internet das coisas, computação imersiva e open (API).


Foto: Aline Bronzati/Estadão

O ambiente de troca de ideias e colaboração de inovação, conforme Cavalcanti, inclui também funcionários do Bradesco. Desde o lançamento do inovaBra Habitat, em fevereiro desde ano, mais de dois mil colaboradores do banco já participaram de trabalhos no espaço.

No entanto, o Bradesco não espera, segundo o diretor executivo do banco, tirar dinheiro dessa relação. O foco, diz, é trazer novas ideias para o Bradesco a partir do habitat. Desde seu lançamento, a instituição já conseguiu, por meio da interação com startups, melhorar a sua oferta de crédito para pessoa física e ao setor de agronegócios; ampliar as funcionalidades do seu canal mobile (via o aplicativo do banco); novos benefícios para os clientes do Next e ainda soluções para os funcionários do Bradesco e também do lado da educação/treinamento.

Cavalcanti não abre, contudo, o investimento que o banco fez até no momento no habitat, mas garante que o modelo é sustentável. Isso porque todos que interagem com o espaço participam de alguma forma. As novatas, que arcam com a menor fatia dos custos, pagam R$ 700,00 para terem um assento no habitat. A maior parte é dividida entre as grandes corporações, cuja mensalidade é de R$ 2,619 mil, e os parceiros tecnológicos, que contribuem com R$ 3,270 mil mensais. Já os investidores pagam R$ 1,189 mil para participarem do habitat.

Segundo Cavalcanti, o espaço faz parte de um programa maior do Bradesco, o inovaBra, e materializou relações que já existiam nesse universo. Um dos exemplos é o fundo de investimento da instituição em projetos nascentes, o inovaBra Venture. Com boa parte dos R$ 100 milhões já investidos, o veículo tomou corpo com o habitat e, segundo Cavalcanti, pode ser expandido diante do ritmo atual de investimentos.


Foto: Aline Bronzati/Estadão

A experiência com o habitat, conforme o diretor executivo do Bradesco, está servindo de trampolim para o banco aprender a se relacionar melhor com o universo das startups. Há uma semana, inclusive, a instituição abriu, no mesmo local do espaço, uma agência bancária com uma área dedicada a este público. Além de produtos customizados para esses clientes, a unidade servirá de "conceito" para expandir o atendimento especializado para outros pontos da rede física do banco.

Sobre a concorrência com outros players que também investem em um espaço compartilhado de inovação, Cavalcanti explica que, diferentemente do dia a dia do banco de varejo e atacado, o habitat não foi estruturado como uma frente de competição com outros bancos. "Queremos ser reconhecidos como o melhor lugar para colaborar para inovar, criando valor para o ecossistema de inovação que abrange as startups e para as grandes empresas, além do próprio banco", destaca o executivo.

Hoje, o Itaú Unibanco inaugura o seu novo espaço de coinovação - batizado de Cubo -, cuja capacidade será quatro vezes maior que o local anterior. O Banco do Brasil também está, de acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, investindo em seu próprio espaço de inovação e empreendedorismo, mas o plano caminha mais na linha de pequenas unidades ao redor do País. Já o Santander não cogita ter seu espaço, por ora. (Aline Bronzati - aline.bronzati@estadao.com)
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