Por Fabrício de Castro e Eduardo Rodrigues
Brasília, 16/09/2020 - Ao manter a Selic (a taxa básica da economia) em 2,00% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou a “prescrição futura” - ou forward guidance, no jargão dos bancos centrais - como forma de instrumento adicional de política monetária. Essa estratégia já havia sido usada na decisão anterior do órgão, em agosto.
“Nesse sentido, e apesar de uma assimetria em seu balanço de riscos, o Copom não pretende reduzir o grau de estímulo monetário, a menos que as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, estejam suficientemente próximas da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária, que atualmente inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022. Essa intenção é condicional à manutenção do atual regime fiscal e à ancoragem das expectativas de inflação de longo prazo”, reafirmou o Copom hoje.
Assim como na última decisão, a diretoria do BC destacou que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário “extraordinariamente elevado”. Mais uma vez, o colegiado ressaltou que questões prudenciais e de estabilidade financeira fazem com que o espaço remanescente para novos cortes na Selic, “se houver”, deve ser pequeno.
O comunicado da decisão de hoje repetiu que eventuais novos ajustes na taxa básica de juros ocorreriam com gradualismo adicional - ou seja, mais espaçados no tempo. Além disso, novas mudanças na Selic dependem da percepção sobre a trajetória fiscal e de novas informações que possam alterar a avaliação atual sobre a inflação projetada.
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