Economia & Mercados
08/06/2021 10:45

Nubank vende fatia de US$ 500 mi ao Berkshire, o maior aporte que já recebeu


São Paulo, 08/06/2021 - A operadora da fintech brasileira Nubank, a Nu Pagamentos S.A., informou hoje que o Berkshire Hathaway concordou em comprar US$ 500 milhões de suas ações, no momento em que o banco digital se expande rapidamente na maior economia da América Latina.

Além do Berkshire, outros investidores estrangeiros estão aportando US$ 250 milhões no negócio, de acordo com a empresa. Os dois acordos foram assinados na sexta-feira, 4. Com eles, a avaliação do Nubank, que é uma empresa de capital fechado, chegou a US$ 30 bilhões.

Com sede em São Paulo, a Nu opera através da marca Nubank, que é a maior fintech da América Latina e uma das maiores do mundo, com 40 milhões de usuários no Brasil, no México e na Colômbia, de acordo com a companhia. Desde a fundação, em 2013, a empresa já levantou cerca de US$ 2 bilhões em rodadas de financiamento.

O Berkshire realizou o maior investimento individual já recebido pela Nu, mas a empresa não divulgou detalhes sobre sua base acionária. O Berkshire não respondeu a pedidos de comentários.

"Para nós, essa é apenas uma grande validação do que o Nubank tem feito desde o começo", afirmou o fundador e CEO da empresa, David Vélez. Segundo ele, novas rodadas de financiamento estão fora de questão no momento. "Com esta, estamos muito, muito bem capitalizados; não temos planos para levantar mais capital."

Segundo Vélez, uma listagem do Nubank em bolsa não está nos planos da empresa no momento, embora deva acontecer no futuro. Segundo ele, a companhia pretende continuar se expandindo, particularmente nos ramos de investimento e seguros nos três países em que já opera. O maior foco é na expansão orgânica, mas ele não descartou aquisições.

O acordo com o Berkshire acontece em meio à rápida expansão dos bancos digitais no Brasil, um País com 213 milhões de habitantes em que o sistema bancário tradicional foi concentrado durante décadas em algumas grandes instituições, e em que boa parte da população não tem conta em banco.

Nos últimos anos, o Banco Central brasileiro tentou aumentar a competição ao dar suporte a startups que tomaram essa parte da população como alvo. Sob as bênçãos do regulador, as chamadas fintechs se moveram rápido para lucrar com o aumento na demanda por serviços financeiros. Elas ganharam um impulso com a expansão do e-commerce no ano passado, em resposta às medidas de restrição de mobilidade impostas pela pandemia de covid-19.

Segundo a Nu, os investimentos fechados na sexta são uma extensão da rodada de captação de série G, que foi aberta em janeiro. Além de contas de depósito e cartões de crédito, o Nubank oferece seguro de vida, empréstimo pessoal, produtos de investimento, pagamentos via smartphones e produtos para pequenos e médios empreendedores. No ano passado, a empresa adquiriu a Easynvest, uma plataforma digital de investimentos com US$ 5 bilhões em ativos e 1,6 milhão de clientes.

"O foco principal será continuar na liderança do mercado de bancos digitais do Brasil, que é cada vez mais competitivo", disse Vélez. "O aumento da digitalização, do uso do e-commerce, todas essas tendências continuam a acontecer de maneira independente do crescimento do PIB ou do ambiente político." Fonte: Dow Jones Newswires.
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