Economia & Mercados
07/04/2021 14:26

Centrais sindicais dentro e fora do País repudiam perseguição da Petrobras a sindicalista


Por Denise Luna

Rio, 07/04/2021 - As principais centrais sindicais do País e uma central internacional manifestaram nesta quarta-feira solidariedade ao coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (Fup), Deyvid Bacelar, e aos petroleiros que estão sendo perseguidos pela Petrobras por causa da luta da categoria contra a privatização de unidades da estatal, o que nunca ocorreu em gestões anteriores, ressaltaram em carta.

De acordo com documento, assinado por CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), entre outras, "a prática antissindical tornou-se uma rotina no interior da empresa, que vem sendo enfraquecida e esvaziada de sua função pública".

A Petrobras não quis comentar o assunto.

No dia 5 de abril, a Petrobras, por meio da Gerência Geral da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), aplicou punição disciplinar ao coordenador-geral da Fup, impondo a suspensão de 29 dias, mesmo estando ele em exercício legal de seu mandato sindical.

Segundo as centrais, a punição de dirigente sindical grevista viola a Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho, que tem força constitucional no Brasil, e que a OIT define como "direito humano fundamental".

"A perseguição de dirigentes sindicais por greves afronta ainda a Convenção 135 da OIT, também ratificada pelo Brasil, assim como viola a jurisprudência do TST (Tribunal Superior do Trabalho)", dizem no documento.

Segundo as centrais, o simples uso de máscara com o logotipo do sindicato dos petroleiros da Bahia, ou com mensagens contra as privatizações, vêm sendo alvo de repressão por parte da diretoria da Rlam.

"Antes da gestão Bolsonaro (Jair, presidente da República), nenhum tipo de censura foi aplicada ao uso da logomarca", afirmam. "A liberdade de expressão, de opinião e crença são direitos do cidadão, garantidos no Artigo 5 º da Constituição Federal", destacam.

O Sindipetro Bahia denunciou o fato ao Ministério Público do Trabalho para inquérito civil e conta com a solidariedade e o apoio das Centrais Sindicais.

Também o secretário geral da IndustriALL Global Union, Valter Sanches, entidade que representa 50 milhões de trabalhadores da indústria de 140 países, enviou carta ao futuro presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, "repudiando veementemente a gestão da Petrobras, que tenta intimidar os trabalhadores com sucessivas práticas antissindicais, em vez de atender às reivindicações da categoria petroleira, que luta pelo direito à vida e por condições seguras e dignas de trabalho", afirmou a entidade em carta.

Contato: denise.luna@esatdao.com
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