Economia & Mercados
28/04/2022 15:58

Especial: Itaú começa a operar como iniciador de pagamentos, que promete fazer 'mágica' no Pix


Por Matheus Piovesana

São Paulo, 28/04/2022 - Autorizado pelo Banco Central, o Itaú Unibanco se juntará a um pequeno grupo, em que também estão Banco do Brasil, BTG Pactual e Mercado Pago, de instituições autorizadas a operar como iniciadores de pagamentos. O maior banco da América Latina enxerga na ferramenta, que é parte do arcabouço do open banking, uma forma de ajudar a gerir a vida financeira dos clientes, inclusive fora do conglomerado.

Os iniciadores são instituições autorizadas pelo BC a realizar as etapas de um pagamento no lugar do cliente. Com o Pix, por exemplo, uma compra online pode ser autorizada com o login na instituição financeira, sem a necessidade de abrir o aplicativo do banco, entrar na área do Pix, colar o código da loja e autorizar o pagamento. O Pix é o primeiro meio de pagamento a ser incluído no iniciador, mas outros também estarão lá no futuro.

O Itaú vai oferecer a funcionalidade para pessoas físicas e jurídicas. No primeiro grupo, espera que os clientes gerenciem toda a vida financeira sem sair da plataforma do banco. "O que está no começo da fila é iniciar, dentro do aplicativo, pagamentos de outro banco", disse Marcos Cavagnoli, diretor de digital cash management e open finance do Itaú, ao Broadcast.

Segundo o executivo, o iniciador ganha valor para o cliente pessoa física junto com a agregação dos saldos de diversas instituições em um único lugar, tornado possível pelo compartilhamento de dados no open banking. O banco vislumbra um cenário em que o cliente poderá autorizá-lo a fazer o pagamento de uma conta ou serviço com o saldo que tem em outro banco, por exemplo.

Em um primeiro momento, o iniciador estará disponível para uma base reduzida de clientes e funcionários, que deve ser expandida ao longo dos próximos meses. O foco inicial do Itaú é utilizar a ferramenta para fidelizar a própria base. "Eu ajudo o cliente a gerenciar melhor as finanças, e isso para nós é muito importante", afirmou Cavagnoli.

O consultor Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria Boanerges & Cia, afirma que para o Pix, o iniciador tende a tornar os pagamentos tão fáceis quanto passar um cartão de crédito em uma maquininha. "Você sente a vantagem, se beneficia da mágica, mas não sabe como a mágica foi feita", diz.

Uma transação com cartão envolve uma série de passos e riscos, da consulta aos limites de crédito do cliente ao recolhimento das taxas destinadas a cada uma das partes. Mas o comprador não percebe: simplesmente passa o cartão e digita a senha, ou insere os dados e aguarda a aprovação, em uma compra não presencial.

Segundo Boanerges, para os bancos, o iniciador pode ser uma ferramenta importante de fidelização. "A iniciação de pagamentos é um facilitador enorme do Pix como instrumento de pagamento. Faz parte da estratégia em que o meio de pagamento serve para atrair e conhecer os clientes para fidelizá-los com outros serviços financeiros", explica.

Ele compara a ferramenta ao WhatsApp Pay, que está em funcionamento no País, e tem um funcionamento semelhante ao que o iniciador de pagamentos busca ter. O sistema seria lançado no País em 2020, mas teve o início das operações adiado para 2021 após questionamentos do Banco Central.

Contato: matheus.piovesana@estadao.com
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