Paris, 13/12/2017 - A produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) caiu em novembro ao menor nível em seis meses, ao mesmo tempo que a produção dos EUA cresce com mais força do que o esperado, o que significa que os mercados de petróleo poderão não atingir o reequilíbrio antes do fim de 2018, segundo relatório mensal divulgado hoje pelo cartel.
No documento, a Opep informa que sua produção diminuiu cerca de 133 mil barris por dia (bpd) no mês passado, a 32,45 milhões de bpd.
No fim de novembro, a Opep e um grupo de aliados liderado pela Rússia decidiram estender o acordo que reduz a produção combinada em cerca de 1,8 milhão de bpd até o fim de 2018. Anteriormente, o pacto venceria em março. No entanto, a queda na produção da Opep no mês passado foi influenciada também por outros fatores, como redução na demanda doméstica da Arábia Saudita e questões internas em Angola e Venezuela. A produção dos Emirados Árabes Unidos também recuou em novembro, mas a da Nigéria aumentou.
Por outro lado, companhias de óleo de xisto dos EUA aproveitam o momento para ampliar sua produção, à medida que os preços do petróleo são sustentados pelo acordo que restringe a oferta da Opep e aliados.
A Opep elevou sua projeção de avanço na oferta global de petróleo produzido fora do grupo em 2017 em 150 mil bpd, para 810 mil bpd. Para 2018, a previsão de aumento na oferta também foi revisada para cima, em 120 mil bpd, para 990 mil bpd.
Segundo a Opep, a Rússia também vem elevando sua produção este ano, em cerca de 50 mil bpd em média. A estimativa, porém, inclui volumes de gás natural líquido que foram excluídos do acordo em vigor.
Nos EUA, espera-se que a produção cresça 610 mil bpd este ano e 1,05 milhão de bpd em 2018. O segundo número é 180 mil bpd maior do que a projeção anterior. A Opep atribui a expansão nos EUA a maiores investimentos e melhoras na eficiência dos poços, num ambiente de crescimento econômico saudável e de alta nos preços de petróleo.
Como resultado, o excesso de estoques em países industrializados poderá não desaparecer até o fim do ano que vem, avalia a Opep.
Ainda de acordo com a Opep, a demanda global por petróleo deverá crescer 1,53 milhão de bpd este ano e 1,51 milhão de bpd no próximo, números que não mudaram em relação ao documento anterior.
Já os estoques comerciais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (Opep) diminuíram em outubro para 2,948 bilhões de barris, informou a Opep. Fonte: Dow Jones Newswires.