Economia & Mercados
02/06/2021 11:30

IBGE: alta de 34,7% na indústria ante abril/20 é a maior da série iniciada em janeiro de 2002


Por Daniela Amorim

Rio, 02/06/2021 - O avanço de 34,7% na produção industrial em abril de 2021 ante abril de 2020 foi o resultado mais elevado da série histórica iniciada em janeiro de 2002. Houve expansão em 23 dos 26 ramos industriais investigados na Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, o avanço foi decorrente de uma base de comparação extremamente baixa. Em abril de 2020, o setor industrial tinha registrado uma queda recorde de 27,7%, devido ao “aprofundamento das paralisações em diversas plantas industriais, por causa da pandemia”, lembrou o IBGE.

“Em março, a base de comparação já era depreciada. Em abril, então, ela fica mais baixa ainda. Março, abril e maio de 2020 são meses em que o setor industrial apresentou os níveis mais baixos da série histórica. Tinha o isolamento social como alternativa para conter avanço da pandemia da covid-19. Isso claramente afetou o processo de produção dentro de unidades produtivas em todo o País”, frisou André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE.

Entre as atividades, as principais altas em abril ante abril de 2020 ocorreram em veículos automotores, reboques e carrocerias (996,5%), máquinas e equipamentos (94,3%), metalurgia (54,5%), produtos de minerais não metálicos (81,3%), bebidas (88,2%) e produtos de borracha e de material plástico (64,0%).

Outros impactos positivos relevantes foram de produtos de metal (60,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (79,2%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (122,2%), outros produtos químicos (18,4%), outros equipamentos de transporte (376,3%), produtos têxteis (104,3%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (57,0%), couro, artigos para viagem e calçados (129,5%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%).

Na direção oposta, entre as três atividades em queda, a influência negativa mais intensa foi de produtos alimentícios (-9,1%).

“A queda ocorre em atividades que tiveram algum grau de manutenção do comportamento positivo naquele período do ano passado de isolamento social, que são alimentos, produtos farmacêutico e perfumaria”, disse Macedo. “Não por acaso são atividades que tiveram menos problemas, foram mais demandadas naquele momento de maior necessidade de isolamento social em abril do ano passado”, completou.

O índice de difusão, que mostra a proporção de produtos com avanço na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior, cresceu de 69,6% em março para um recorde de 76,0% em abril, permanecendo acima de 50% pelo oitavo mês consecutivo, maior sequência da série histórica da pesquisa. No entanto, André Macedo ressalta que o desempenho também é influenciado pela base de comparação depreciada, pelo impacto forte da pandemia no processo produtivo em 2020.

Contato: daniela.amorim@estadao.com
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