Economia & Mercados
16/03/2021 14:42

Abiquim: Déficit em produtos químicos avança 21,2% e totaliza US$ 5,4 bi em 2 meses


Por Wagner Gomes

São Paulo, 16/03/2021 - O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 5,4 bilhões nos dois primeiros meses do ano. O valor representa crescimento de 21,2% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia sido de US$ 4,4 bilhões. Os dados foram divulgado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

No primeiro bimestre de 2021, as importações de produtos químicos totalizaram US$ 7,2 bilhões, avançando 13,8% em relação ao mesmo período de 2020, no maior patamar de aquisições para os dois primeiros meses do ano em toda a série histórica de acompanhamento da balança comercial setorial (recorde anterior era de US$ 6,9 bilhões no primeiro bimestre de 2019).

Já as exportações, de quase US$ 1,8 bilhão, apresentaram, por sua vez, uma redução de 3,7% na mesma comparação, resultado contextualizado pelas graves dificuldades econômicas vividas por alguns dos principais parceiros comerciais brasileiros no enfrentamento da pandemia da covid-19, especialmente Argentina e demais mercados latino-americanos.

A Abiquim cita ainda o compromisso da indústria doméstica em garantir o pleno abastecimento para cadeias estratégicas de valor, como a de resinas termoplásticas (redução nas exportações de 14,3% em valor e de 28,6% em quantidades físicas), catalisadores (recuos de 47,9% em valor e de 56,7% em volume) e aditivos de uso industrial (quedas de 5,2% em valor e de 6% em volume).

Especificamente no mês de fevereiro, as importações de produtos químicos foram de US$ 3,7 bilhões, aumento de 24,8% em relação ao mesmo mês no ano passado e de 4% na comparação com janeiro de 2021. Já as exportações, de US$ 903 milhões, em fevereiro, cresceram respectivamente 2,2% e 1,4% em iguais comparações.

Em bases anualizadas, o déficit em produtos químicos somou US$ 31,3 bilhões nos últimos 12 meses (março de 2020 a fevereiro de 2021), fazendo com que, apesar dos severos impactos no Brasil e no mundo com a pandemia do coronavírus, o indicador retomasse patamar comparável aos maiores déficits na balança comercial de produtos químicos, de US$ 32 bilhões e de US$ 31,6 bilhões, respectivamente nos anos de 2013 e de 2019. A Abiquim diz que a tendência é desse déficit se agravar já no curto prazo, com o fim do Regime Especial da Indústria Química (Reiq).

Segundo o presidente-executivo da Abiquim, Ciro Marino, o setor químico tem desempenhado papel fundamental na garantia de abastecimento e, na contramão da agenda de fortalecimento da competitividade da indústria brasileira, a extinção do regime especial Reiq traz insegurança jurídica, marcando uma repentina mudança regulatória com efeito em elevação de custos já no curtíssimo prazo.

Contato: wagner.gomes@estadao.com
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