Economia & Mercados
08/10/2021 10:50

Especial: Raízen segue tendência e entra no segmento de geração própria de energia


Por Leandro Tavares

São Paulo, 07/10/2021 - A Raízen é mais uma grande empresa a investir em geração própria de energia. Ontem à noite, a gigante dos combustíveis anunciou a criação de joint venture com o Grupo Gera, que atua no segmento de energia. Vai aportar aproximadamente R$ 212 milhões por participações em empresas do Grupo Gera, além de fazer um investimento de R$ 106 milhões para o desenvolvimento de novos negócios. Por conta do negócio, os papéis da empresa sobem quase 2% hoje.

Em um passado não tão distante, a mineradora Vale foi quem começou esse movimento de geração própria de energia, já responde nada menos do que 2% de toda a energia consumida no País. Recentemente, mais empresas começaram a andar nessa direção, por conta da ameaça de escassez de energia com a crise hídrica, a adoção de boas práticas ESG (ligadas ao meio ambiente, social e de governança), bem como o mercado livre, no qual as empresas, independente do seu tamanho, poderão negociar o insumo livremente.

Entre as que entraram na área estão a Unigel, que fechou acordo com a Casa dos Ventos no valor de R$ 1 bilhão, bem como a BRF, que fechou com a AES Brasil um projeto eólico no Nordeste. Outra empresa que entrou nesse segmento é a Vibra, ex-BR Distribuidora, que viu a demanda por energia limpa crescer. Depois de se desvincular da Petrobras, tem desenvolvido projetos de autoprodução para vender energia eólica e solar.

De acordo com uma fonte, que falou sob a condição de anonimato, esse tipo de operação se enquadra na tendência de abertura do mercado de livre de energia, no fortalecimento de estruturas para geração distribuída (GD) e em soluções customizadas para os consumidores.

"O grande mote é o viés de abertura do mercado, no qual o Ministério de Minas e Energia já vem trabalhando há muito tempo para que mais consumidores possam integrar esse mercado", diz.

O contrato entre a Raízen e o Grupo Gera envolve a geração de energia de 15 unidades de produção, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Pernambuco. Ao todo, os projetos têm capacidade instalada de 23 megawatts (MW), ou 127 mil megawatt-hora por ano (MWh/ano), utilizando fontes como solar, hidro e biogás de resíduos sólidos urbanos.

Além disso, o acordo prevê o desenvolvimento de novos projetos de GD e soluções de tecnologia relacionadas à contratação, à gestão e ao consumo de energia elétrica. "Este movimento acelera nosso crescimento no mercado de energia, complementando e fortalecendo o portfólio com toda a capacidade de desenvolvimento e execução que a Gera agrega", afirmou o presidente da Raízen, Ricardo Mussa.

Em comunicado, ele disse ainda que essa operação ampliará a presença da Raízen no mercado de energia e contribuirá para a busca de uma matriz energética menos poluente. Com a parceria, a empresa vai aumentar para 350 MW a capacidade de geração de energia e ampliar a atuação direta para 19 Estados, com 26 concessionárias.

"Vamos ampliar a adoção de fontes renováveis em busca de uma matriz mais limpa e eficiente, estimulando a sustentabilidade e a competitividade do setor, para atender aos diferentes desafios e necessidades dos diversos perfis de clientes", afirmou Mussa.

Contato: leandro.tavares@estadao.com
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