Economia & Mercados
28/09/2022 16:56

Exclusivo: Solarprime pretende começar a instalar usinas próprias e quer uma a cada 2 meses


Por Ludmylla Rocha

São Paulo, 27/09/2022 - A Solarprime, empresa de instalação e suporte em painéis de energia solar fotovoltaica pretende entrar no ramo de construção de usinas próprias a partir de dezembro. A iniciativa é uma das frentes nas quais o novo presidente da companhia, Mário Campo Grande, pretende avançar nos próximos cinco anos.

Em entrevista ao Broadcast Energia, Campo Grande explicou que o objetivo é trazer os mais de 500 franqueados para compor Sociedades de Propósito Específico (SPEs) nas quais eles poderão entrar, inicialmente, com participação de 15% a 20%. O percentual, no entanto, pode ser ampliado caso o franqueado consiga um investidor: "cada caso será um novo business a ser avaliado em conjunto com nossos franqueados e/ou investidores".

"A ideia é que nosso franqueado seja quase que um procurement [sic] de espaços físicos em todas as cidades do Brasil, e uma vez que a gente consegue uma área adequada a isso, alguma coisa em torno de 4 mil ou 5 mil metros quadrados (m²), a gente vai construir a usina como um ativo nosso", explicou.

No caso de usinas só da Solarprime, o plano é construir plantas que totalizem 1,8 megawatts (MW) por ano, divididas entre seis unidades de 300 quilowatts, implantadas uma a cada dois meses, com investimento de cerca de R$ 8 milhões para o conjunto. Já nas usinas compartilhadas, a ideia é de ter participação mínima de 70% na SPE.

O executivo, que está na companhia desde agosto, afirma que uma das razões para a entrada nessa frente de atuação é a segurança jurídica trazida pelo marco regulatório de geração distribuída, que vale desde janeiro deste ano. "Se nós não tivermos a segurança da regra que foi colocada, de que o jogo é conhecido, e todos os detalhes de mercado, a gente não estaria pensando nisso", disse.

Além do avanço desse tipo de geração, que alcançou os 13 gigawatts (GW) de potência instalada de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), está a perspectiva de abertura do mercado de energia. Em agosto, o Ministério de Minas e Energia (MME) encerrou a consulta pública sobre a abertura de mercado para consumidores atendidos em tensão igual ou superior a 2,3 quilovolts (kV) a partir de 2024. O ministro Adolfo Sachsida sinalizou ainda a discussão sobre a abertura para os consumidores em baixa tensão, mas não informou quando.

"[Estamos] pensando na geração distribuída que hoje existe, mas de olho no mercado livre, a gente vai ser um vendedor de energia justamente para isso", explicou o representante da Solarprime.

Profissionalização do negócio

Além da expansão rumo às usinas, o executivo quer também profissionalizar a empresa, em especial, no pós-venda. "A gente fornece e instala um produto que tem que ter uma garantia mínima de 25 anos, então a Solarprime veio para continuar atuando aqui nesse período de forma muito qualitativa no mercado", explicou.

Ele afirmou ainda que o segmento de energia solar fotovoltaica é um dos mais pujantes no momento e, com isso, é preciso estar atento a todas as etapas do negócio. "A gente percebe que é um mercado de oportunidades fantásticas e a minha contribuição é justamente aumentar o patamar de competitividade da empresa mirando principalmente na qualidade. E não é uma forma tradicional de se falar, é que sem isso a gente sabe que a seleção natural de players não perdoa", completou.

Mesmo com as mudanças, a companhia mantém a previsão de faturamento para este ano em R$ 360 milhões e 80 MW de potência instalada. O plano, para o próximo ano, é atingir 150 MW.

Contato: energia@estadao.com
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