Por Cícero Cotrim
São Paulo, 12/08/2020 - A alta de 12,6% no volume de vendas do varejo ampliado na margem de junho colocou o nível de vendas do setor apenas 4,67% abaixo do observado em fevereiro, último mês praticamente livre dos efeitos da pandemia de coronavírus sobre a economia. Nas aberturas, três setores já registram desempenho superior ao do início do ano.
O principal destaque são os
hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Com a mudança do padrão de consumo das famílias, o setor vem de três elevações mensais consecutivas e, em junho, consolidou-se 8,94% acima do nível de fevereiro, na série com ajuste sazonal.
Depois de avançar 47,4% na margem em maio, outro grupo, o de
móveis e eletrodomésticos, teve alta de 31,0% nas suas vendas em junho. As elevações levaram o índice do setor à marca de 102,2 pontos, 12,93% acima dos 90,5 de fevereiro. Depois de cair 26,3% em março e 20,68% em abril, o setor tinha chegado a ficar 41,55% abaixo do nível pré-pandemia no quarto mês do ano.
Com os resultados de supermercados e de móveis e eletrodomésticos, o índice do varejo restrito - categoria que exclui da base veículos, autopeças e materiais de construção - subiu 8,0% na margem e superou em 0,1% o dado de fevereiro. É o primeiro setor da atividade a retomar um nível superior ao registrado antes da pandemia.
No varejo ampliado, o melhor desempenho foi registrado no setor de
materiais de construção. O segmento vem de duas altas consecutivas, de 22,3% em maio e 16,6% em junho, que levaram seu índice de base fixa, na série com ajuste sazonal, a 111,7 pontos - 15,63% acima dos 96,6 de fevereiro.
No varejo restrito, os piores desempenhos ficaram com
tecidos, vestuários e calçados, que ainda estão 45,8% abaixo do nível pré-pandemia;
livros, jornais, revistas e papelaria, 42,24% abaixo do nível de fevereiro; e
veículos, motocicletas, partes e peças, 24,82% aquém do patamar anterior.
Setores do Comércio Varejista |
|
Setor |
Índice de fevereiro* |
Índice de junho* |
Diferença |
Combustíveis e lubrificantes |
78,1 |
66,3 |
-15,11% |
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo |
99,5 |
108,4 |
8,94% |
Tecidos, vestuário e calçados |
89,3 |
48,4 |
-45,80% |
Móveis e eletrodomésticos |
90,5 |
102,2 |
12,93% |
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos |
122,3 |
122,2 |
-0,08% |
Livros, jornais, revistas e papelaria |
48,3 |
27,9 |
-42,24% |
Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação |
76,9 |
68,6 |
-10,79% |
Outros artigos de uso pessoal e doméstico |
110,3 |
104,4 |
-5,35% |
Veículos, motocicletas, partes e peças |
98,7 |
74,2 |
-24,82% |
Material de construção |
96,6 |
111,7 |
15,63% |
|
Fonte: IBGE
*Índice com ajuste sazonal
Contato: cicero.cotrim@estadao.com