Economia & Mercados
07/06/2022 17:50

Especial: Franquias aderem à geração distribuída para reduzir custos com tarifa de energia


Por Wilian Miron

São Paulo, 07/06/2022 - A escalada no preço da energia, que nos últimos sete anos aumentou mais do que a inflação oficial, tem servido como incentivo para que redes de franquias adotem sistemas de geração fotovoltaica em telhados, em busca de uma economia que em alguns casos pode superar os 30% em relação ao valor médio das tarifas de energia da empresa.

Conforme dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), de 2015 a 2021, a conta de luz aumentou mais do que o dobro da inflação no País. O aumento médio das tarifas foi de 16,3% no período, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 6,7%.

Segundo especialistas procurados pelo Broadcast Energia, na planilha de custos de pequenas e médias empresas a conta de luz deixou de ser contabilizada no campo "outros" e ganhou o status de terceiro maior custo dos empresários, logo atrás de gastos com pessoal e aluguel de imóvel.

"Hoje, a energia representa muito para o varejo, e qualquer alternativa para reduzir custos é importante e, principalmente para quem é pequeno, vale a pena cuidar desses detalhes", disse o professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EASP-FGV) e sócio da Lúmina Consulting, Maurício Morgado.

Em 2020, a rede de restaurantes Água Doce investiu R$ 480 mil num projeto-piloto na sede da franqueadora, em Tupã, no interior paulista, e em oito meses já tinha observado uma economia de R$ 160 mil nas contas de luz. O passo seguinte foi homologar fornecedores dos equipamentos e buscar parcerias para levar a ideia às unidades franqueadas, e agora já conta com 17 unidades utilizando energia solar e outras nove em implantação. "As novas lojas já são pensadas para funcionar com energia solar, dependendo da viabilidade do projeto, e com as antigas temos conversado para mostrar os benefícios, porque no franchising essas coisas funcionam muito na base da persuasão", disse o diretor de franquias da empresa, Júlio Bertolucci.

Além da economia na conta de luz, que varia de acordo com o tamanho do sistema implantado e fatores técnicos como insolação no local, por exemplo, outro motivo que tem levado à adoção desses sistemas é a facilidade de financiamento, lembra o consultor da Blue Numbers, Márcio Iavelberg. "Hoje a energia está muito cara, e as empresas começaram a perceber que em três ou quatro anos conseguem o retorno do capital investido. Ainda não compensa para todo mundo, mas está cada vez mais acessível", explicou.

Esse é o caso da rede de escolas de idiomas da Minds, que implantou no ano passado 110 painéis fotovoltaicos no telhado de sua sede em Maringá, no Paraná, como forma de suprir toda a demanda da unidade e do centro de treinamentos da empresa, que totaliza 7,200 quilowatts (kW). Isso fez a conta de luz passar de R$ 6 mil mensais para a taxa mínima de R$ 160,00 nos meses de maior insolação. De acordo com o diretor da Minds, Renato Garcia, a economia na conta de luz da matriz chamou a atenção de franqueados que já buscam informações sobre como instalar sistemas fotovoltaicos em suas unidades. Ele, contudo, explica que a adoção em larga escala ainda esbarra em questões técnicas, como falta de telhado em alguns imóveis, ou o fato de o franqueado alugar o espaço onde funciona a escola.

Outra empresa que adotou a energia solar para fugir do aumento na conta de luz é a fabricante de piscinas iGUi, que em 2018 implantou um sistema fotovoltaico com mil e cem painéis em sua fábrica na cidade de Taquara, no Rio Grande do Sul. "Agora estamos conversando para implantar sistemas de energia limpa nas outras 40 fábricas", afirmou Wolmar Padilha, diretor da Progeu, empresa do grupo iGUi.

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