Economia & Mercados
24/07/2023 14:01

Ações de empresas dos EUA ligadas a petróleo offshore disparam diante de demanda aquecida


As ações de empresas que perfuram e prestam serviços a poços offshore de petróleo e gás subiram cerca de 35% em Nova York até agora, neste ano, superando a alta de 18% do índice S&P 500.

Os ganhos ocorrem mesmo com a queda dos preços dos combustíveis fósseis prejudicando as ações de produtores como ExxonMobil e Chevron e arrastando o setor de energia do S&P 500 para uma queda de 4,1% no ano, entre os grupos de pior desempenho no índice.

O grupo de companhias do setor offshore inclui nomes como Noble e Transocean, que alugam navios-sonda e outras plataformas para produtores, e cujas ações subiram 36% e 78%, respectivamente, desde dezembro. Também inclui a TechnipFMC, que fabrica encanamentos para poços submarinos, e a Oceaneering International, que aluga veículos robóticos para atender aos poços, que obtiveram ganhos de 43% e 32%, respectivamente.

O setor registra boom que vem ganhando força desde 2021 e que recentemente gerou uma série de contratos atraentes com produtores. A crescente demanda global por petróleo e um crescente reconhecimento de que uma fração cada vez maior dos combustíveis fósseis do mundo virá de debaixo da terra estão mantendo o setor mais ocupado do que já estiveram desde 2014, quando um acidente de petróleo provocou uma recessão de sete anos que levou muitos perfuradores à falência.

As plataformas oceânicas são escassas e as taxas estão subindo acentuadamente. As ações da Transocean subiram quase 7% na última terça-feira, 18, depois que a empresa divulgou um contrato de US$ 518 milhões por três anos para implantar um de seus navios-sonda no Golfo do México. O acordo foi o mais recente de uma série de grandes transações anunciadas nos últimos dois meses que pagarão aos perfuradores US$ 480 mil por dia ou mais por suas plataformas, cerca de 50% a mais do que há um ano e cerca do triplo dos mínimos da crise.

Os produtores de petróleo e gás estão lutando por plataformas e contratando-as com cada vez mais antecedência, disse Dave Smith, analista de ações da Pickering Energy Partners. Alguns acordos recentes não começam até 2026 e alguns produtores estão procurando fechar plataformas até 10 anos no futuro. "Não é apenas um lugar. É a África Ocidental, Brasil, Sudeste Asiático", disse Smith. "Eles não sabem quais serão os preços do petróleo em 2026, 27 e 28. Mas ainda estão dispostos a se comprometer com a plataforma agora para garantir que a tenham".

Companhias petrolíferas nacionais, incluindo a Saudi Arabian Oil, ou Aramco, e a brasileira, Petrobras, aumentaram agressivamente suas atividades offshore e agora respondem pela maior parte dos investimentos que estão sendo feitos.

Mas grandes atores públicos também estão buscando reforçar seus recursos de longo prazo. A ExxonMobil lidera um consórcio que perfura uma das maiores reservas do mundo na costa da Guiana. As principais empresas europeias BP e Shell estão expandindo a produção no Golfo do México, tendo recentemente enfatizado novamente os combustíveis fósseis em detrimento dos renováveis. Fonte: Dow Jones Newswires.
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