Rio, 13/03/2018 - A Operação Pão Nosso, deflagrada hoje pela força-tarefa da Lava Jato, a pedido do Ministério Público Federal, a Receita Federal e o Ministério Público Estadual, está cumprindo 16 mandados de prisões preventiva e temporária, em 28 locais diversos. Até agora, pelo menos sete pessoas foram presas, entre elas o delegado da Polícia Civil Marcelo Luiz Santos Martins e o ex- secretário de Administração Penitenciária César Rubens de Carvalho.
De acordo com o procurador Eduardo Santos de Carvalho, do Ministério Público do Rio, o objetivo é investigar crimes de corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro em contratos fraudulentos da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio com empresas de Felipe Paiva, para o fornecimento de lanches aos presídios, por meio do projeto Pão-Escola, de ressocialização de presos. As empresas forneciam as refeições aos presídios a preços acima do mercado.
Os investigadores estimam que o dano causado à secretaria seja de R$ 23,4 milhões. Com o esquema, Felipe Paiva teria lavado pelo menos R$ 73,5 milhões. Investiga-se também o desvio de R$ 300 mil em bitcoins, em quatro remessas para o exterior. O patrimônio do então secretario César Rubens de Carvalho, que foi preso hoje, aumentou pelo menos dez vezes, informaram os investigadores. Parte da propina recebida pela SEAP era repassada ao ex-governador Sérgio Cabral. O empresário Felipe Paiva, de acordo com a força-tarefa, se encontra em Portugal e não foi preso. (Roberta Jansen)